Capítulo Três

1290 Words
- Eu quero morrer. - resmunguei com a cara no chão do meu apartamento... Literalmente, eu conseguia sentir a pressão do piso machucando meu nariz. Mas aquela pequena dor nunca iria se comparar com a dor que a minha dignidade estava sentindo. - Eu tenho veneno de rato se você quiser. - Matheus respondeu deitado no MEU SOFÁ, comendo o MEU SALGADINHO... Eu só queria saber, quando foi que o mundo se perdeu? - O efeito é na hora? - perguntei com a testa colada no chão. - Talvez você fique tonta por uns cinco minutos antes de finalmente bater as botas. - ele deu de ombros colocando mais salgadinho na boca. - Tô aceitando. - Você também é burra, né? Fingir que é atendente em uma loja que você nem conhece. - Matheus riu alto - Doença, o nome. - O que você está fazendo aqui mesmo? - perguntei séria me sentando no chão. Eu já estava imaginando várias formas de sumir do mundo para nunca mais ver o Henrique depois daquela vergonha que eu passei já frente dele, o que eu menos precisava agora era do fofoqueiro do meu vizinho especulando minha vida. - Vim pegar meu pote. - ele deu de ombros. - Que pote? - O meu pote. - O que você me deu? - ergui uma sobrancelha confusa. - Eu não te dei pote nenhum! - ele exclamou se sentando no sofá. - Deu sim! Junto com o bolo! - exclamei me levantando e ficando de pé na frente dele. - Você pegou o pote quando eu fui no banheiro e escondeu ele no casaco quando eu te levei até a porta, ou seja, eu não te dei! Você roubou! - ele exclamou se levantando também. - Eu já tinha te dado um pote pequeno com bolo e tu pegou o pote maior! - Achado não é roubado. - encolhi os ombros com a cabeça erguida. - É sim, quando você acha na CASA de uma pessoa! - ele deu ênfase no "casa" com uma expressão irônica. - Como você é, Matheus! Vai morrer por causa de um pote? - coloquei a mão na cintura negando com a cabeça. - Vou! Eu quero meu pote! - ele cruzou os braços. - Eu quero meu pote. - repeti debochando enquanto ía até a cozinha - Credo, é pior que minha tia. - Eu ouvi! - ele gritou da sala e eu revirei os olhos. - Era para ouvir mesmo! - gritei de volta mexendo nos armários e logo peguei o pote dele e voltei para sala - Está aqui seu pote! - resmunguei jogando o pote nele. - Esse não é meu pote. - ele fez uma careta olhando para o pote. Era só o que me faltava! - Claro que é seu pote! - O meu pote tem uma coroa aqui, bem pequena. Cadê o meu pote? - ele perguntou balançando o pote. - Deve estar na sua casa, ué. - Não está não! Quando você pegou, ele tinha uma coroa, eu quero o meu pote. - Sério que vamos ficar discutindo sobre um pote? - perguntei sem ânimo me jogando no sofá. - Sim! Eu não vou sair daqui até você me dar ele. - ele cruzou os braços e LITERALMENTE sentou aquela b***a malhada em cima de mim. (...) - Está aqui o maldito pote! Satisfeito? - gritei saindo da minha cozinha que agora se encontrava toda revirada já que eu tive que bagunçar tudo para procurar a d***a daquele pote. - Muito. - ele sorriu arrancando ele da minha mão. - Eu te odeio. - resmuguei com uma careta, mas logo arregalei os olhos quando vi atrás do Matheus o Henrique trocando as cortinas da sua janela - Ai que gostoso. - Bipolaridade tem tratamento, sabia? - Matheus falou com uma careta. Tadinho, o iludido tá achando que eu chamei ele de gostoso, alguém conversa com ele . - Eu não estava falando com você i****a. - resmunguei empurrando o Matheus para o lado para conseguir olhar aquela deusura que é meu vizinho, mas o poste nem se moveu. - Ainda bem, porque você não faz meu tipo. - Matheus me olhou com uma careta. - Claro que não faço! Eu não tenho um pênis e nem me chamo Vinícius. - revirei os olhos irônica. - Que engraçadinha você. - Você está atrapalhando minha visão, sai. - tentei empurrar ele de novo e ele se virou para olhar o que tinha na janela. - Mas gente, você tem uma bela vista daqui. - Matheus falou se apoiando na janela. - Tenho mesmo, mas só cabe uma pervertida aqui, então xô fura olho. - resmunguei tentando tirar ele da janela. - Fura olho? Sério? Eu não vou furar seu olho não, colega! Seu vizinho é até bonitinho, mas nada supera a raba de Vinícius Moraes. - ele sorriu convicto. - A b***a dele é grande, né? - murmurei me lembrando das vezes que eu peguei elevador com o Vinícius e observava aquela raba. Qual é? É mais forte que eu! - Enorme. - Vinícius sorriu largo - Você já viu ele de sunga? - Não. - murmurei fazendo um biquinho. - Eu já. - ele sorriu debochado para mim. - Exibido. - mostrei a língua para ele. - Invejosa. - ele mostrou a língua de volta. - Inveja do que? Ele nem é seu namorado. - E o vizinho bonitão não é seu namorado também. - Honestidade de mais magoa sabia? - resmunguei com uma careta. - Você que começou. - E você precisava continuar? - Claro, enquanto você pisa em mim com um salto de 15, eu sambo na sua cara com um de 22. - mandou um beijo e eu fiz uma careta. - i****a! - Então, quer dizer que o bonitão é filho dos donos das lojas Severino. - ele murmurou voltando a olhar o Henrique pela janela. - Lojas? - perguntei arregalando os olhos. - Sim, você não tá achando que só tem aquela loja, né? - ele me olhou sorrindo divertido. - Tem mais? - Muito mais. - E como você sabe disso? - Tenho meus contatos. - ele deu de ombros. - E quais são? - Um garoto que mora no andar de cima, ele é bem amigo do Henrique. - ele deu de ombros - A propósito, foi ele que indicou esse condomínio para o novato. - Um amigo do Henrique? Isso pode ser perfeito para mim! - sorri me sentindo animada. - Como assim? - Matheus me olhou confuso. - Me aproximando do amigo do Henrique, eu me aproximo ainda mais dele. - falei sorrindo animada. - Correção: Se aproximando do amigo do Henrique, você se aproxima ainda mais de um hospital. - Matheus riu alto. - Como assim? - perguntei confusa. - Você sabe quem mora no andar de cima? - ele me olhou sorrindo largo. - Claro que sei! A dona Leanor, o senhor Carlos e... - parei de falar arregalando os olhos - Ah não! - Ah sim. - ele riu alto - Seu "amoreco" é amigo de nada mais nada menos, que Christian Silva, o... - Destruidor. - interrompi ele me lembrando da vez que meu apartamento alagou, porque ele quebrou a torneira do seu apartamento que é em cima do meu. Chris era um cara legal, sempre me tratou bem e já me ajudou um ou duas vezes para carregar sacolas até o meu apartamento, o problema era que o garoto era muito atrapalhado, e eu não estou exagerando! Muitas vezes ele m*l toca nas coisas e elas já quebram, sinto pena dele porque todos do prédio o conhecem como destruidor, já que ele vive destruindo alguma coisa desse prédio.
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