O cupido

1455 Words
Maju Diferente do falecido eu nunca curti muito funk, sou das sofrência, nada melhor que uma boa Alcione para limpar a mente, quando estou nervosa limpar a casa e ouvir Alcione resolve, acordei às 07h da manhã, passo o creme de hidratação no cabelo as caixas de som para fora no 70 e arregaço. Se eu não tenho empregada? Tenho três, meu amor, lógico que não limpo a casa todo dia, mas gosto de mostrar como eu gosto e como se faz, meu pai sempre diz: "Uma pessoa para cobrar perfeição tem que fazer bem feito" E limpar como uma desesperada me faz pensar, desde pequena eu era assim, se tenho um problema faço minha catarse areando panela ou limpando a casa. O cerco está fechando, meu pai perdendo a paciência, a volta do monte de bosta é importante para ele, dentro de sua cabeça torta o fato de ter uma mulher na frente de tudo desmoraliza seu legado. Estou chegando ao meu limite, olho para a imagem de Santa Rita de Cássia que fica em cima da minha geladeira e peço uma solução, um milagre, algo que só ela, a santa dos desesperados, pode me ajudar, do nada uma calma tomou conta de mim, abro uma cerveja e vou lavar o quintal. Então estou eu lavando o quintal, de cropped e shortinho; mamãe sou pu.ta, segurando o rodo naquele momento que a Alcione grita: — Sou mulher de te deixar se você me Trair! Que me entra; a tropa sem avisar, mais de quinze homens armados à minha frente sem que eu tivesse chamado. Pronto, deu merda. — Que por.ra é essa? Qual é o motivo de vocês aqui atrapalhando meu lazer? Meus homens aparecem todos ali mesmo tempo querendo saber o porquê da invasão tão fora de hora — Perdão, patroa, de verdade, nóis só tava empolgado — responde R.M, um pouco constrangido tentando passar respeito. — Empolgado com o que, c*****o? Com a bala que eu vou enfiar na sua cabeça se você não sair daqui agora? Todos ficam sérios, o único que tem culhão para responder é o R.M amiguinho do falecido, na verdade, o macho que cobria as merdas que o falecido fazia. — Qual é, patroa, nóis veio falar com o chefe, o Kevin disse que ele saiu da toca. — Quem saiu? De que toca? — digo, cuidado com essas coisas que vocês andam baforando vai derreter o cérebro de cada um de vocês. Fingi um sorriso falso, mundo girou, como assim ele voltou? Defunto não fala nem volta dos mortos. — Eu disse que o Kevin estava errado. O chefe jamais voltaria e não falaria c*m nóis, moleque — falou outro que eu conhecia bem M.M, a irmã dele jurava de pé junto que um dos remelentos dela era do falecido, eu duvidava muito, mas mandava a pensão todo mês, odeio mulher na minha porta inda mais uma que engravida para segurar macho. Não sei como, mas pensei rápido, Kevin era um bom menino, de confiança, cresceu comigo, se ele se enganou deve ter algum motivo, como eu ainda não sabia o que exatamente estava acontecendo falei: — Tô falando, rapa, Kevin disse que ele estava de tornozeleira e tudo, era ele sim. — Bom, ele pode ter voltado e se distraído no meio do caminho, vocês conhecem o amigo de vocês, não gosta de mulher no pé. — Todos riem. — Vamos fazer o seguinte, eu vou entrar em contato com meu marido, e a noite no baile nos falamos. M.M pede pro Kevin preparar o camarote com os gostos do chefe vocês sabem que ele gosta de ser bem recebido. Os homens saem empolgados, aqueles são os caras com quem o falecido andava, tudo um monte de viciado que se acha traficante porque tem uma arma e um radinho. Eu olho para os meus rapazes. — Da próxima vez que eles entrarem na minha casa dessa forma pode matar um por um. Nem sei por que ainda estão vivos. Os homens saíram e ficamos eu e o C.B. — A gravação do baile de ontem cadê? Como eu não soube que um fantasma do falecido estava andando por aí. — Quando eu ouvi de manhã achei que era boia dos moleques, mas acho que foi mais sério que isso. Me sento na bancada da cozinha e começo a assistir as filmagens das câmeras de segurança, quando o dito cujo entra no camarote eu não consigo acreditar no que estou vendo, é ele, uma cópia fiel, andando e falando, lógico que mais fortinho e com os trejeitos diferentes não era meu marido, mas que podia enganar qualquer um, há isso podia. Ele bebeu do bom e do melhor, comeu as mina sem mesmo levantar da mesa. Começou a ficar interessante o negócio. C.B volta com as informações do Kevin e dos seguranças, parece que ele foi logo reconhecido, chegou humilde e logo ganhou terreno. Ainda levou dois quilos prensados, uma garrafa Johnnie Walker Blue Label Ghost And Rare Port Ellen, não é que além de mentiroso o filho da p**a tem bom gosto? Respiro fundo, não deixarei o cara entrar na minha casa, comer minha comida, fumar o meu fumo, beber minha bebida e ainda levar marmitex para casa. Mas aí então vem uma luz — C.B, liga pro Peçanha diz para ele que preciso de um favor, depois liga para as meninas do salão, quero tudo, de depilação à brasileira a unha de acrigel. Esse cara vai voltar, e eu estarei ali prontinha para recebê-lo. ****** Ps. a palavra viado para o carioca e como vírgula, na verdade, Por.ra, caral.ho, vi.ado, filho da p.uta em carioques tem outros sentidos. Tipo dois amigos se encontram um vira para outro e diz: Caralho, viado, quanto tempo, como você está, seu filho da p**a. —Tô bem, seu viado, bora tomar, uma, paizão. —To duro, arrombado! — Vá tomar cu, te pedi alguma coisa? ***** W.L Sexto sentido, e aquela parada que Deus manda como um alerta lá ligado, tipo corre viado, vai dar merda. E quando você quer fazer muito uma coisa e dentro de você tem uma voz gritando no ritmo da a******a do esporte espetacular: VAI DAR MERDA, VAI! Olho para o canto do quarto onde está a mochila com o prensado e o uísque que me deram, onde eu tava na cabeça para aceitar aquilo? Eles podiam me acusar de roubo! Mas em minha defesa a erva era boa demais para recusar. P.V me liga já são 22 horas ele está lá embaixo me esperando para repetirmos a dose. Passo pela sala, já arrumado, a mãe tá sentada assistindo o final da novela. — Vai demorar, filho? — Um pouco, mãe — Meu peito dói novamente. — Alguma coisa me dizia que podia ser a última. Dou um beijo em sua testa e saio. P.V alugou um carro, como assim mãe nóis tá brabo. Chegando lá ficamos do lado de fora esperando o lugar encher o povo passa me cumprimentando como se eu fosse um amigo antigo. —Tu já sabe quem é o cara que eles acham que você é? — Não faço a menor ideia. — Vei o W.L. — Então esse sou eu. — Não i****a, eles acham que você é o W.L o dono do morro, meu fio, parece que ele realmente parece com você. Gelo dos pés à cabeça, como assim? — E você sabia disso? — Lógico! Você é a cara dele e por força do destino vocês têm o mesmo apelido. — Putaquepariu — digo em voz alta e nem dá tempo de fugir, três homens armados vêm nos cumprimentar e nos levam para o camarote e mais uma vez sou tratado como rei. Mas dessa vez é estranho, sinto algo diferente no ar. Foi quando eu a vejo, linda perfeita como uma aparição de um anjo, um anjo da morte, no entanto, o mais belo anjo que Deus poderia ter posto na terra. Esse é um daqueles momentos da vida que você acredita que só acontece em novela ou em livros. Sou atingido pela flecha do cupido. Cupido era aquele deus grego que era representado como um menino fofucho alado que carregava um arco e um suporte flechas, suas flechas despertam amor em suas vítimas. Na mesma hora aquela música do Péricles. Vou confiar no poder do amor Vou apostar, vou sair vencedor Encontre alguém, meu cupido amigo Que seja a metade do que aqui restou Mas antes de eu conseguir chegar até ela, bum! Começou a correria a polícia invadiu o baile todos correram inclusive ela, eu era o alvo. Não sei o que me acertou. Quando acordo, estou no fundo de uma cela!
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