Capitulo4

1221 Words
A noite estava ainda abafada, a fogueira no centro do acampamento iluminava as silhuetas dos guerreiros que descansavam, mas a calma foi quebrada quando Lucifer apareceu, carregando Dinah — disfarçada de menino — pelos calcanhares. Seus dedos firmemente pressionavam o calcanhar de seu prisioneiro, levantando-o do chão com facilidade. O corpo de Dinah balançava, pendurado como um saco, seus pés quase tocando o solo. O acampamento se encheu de murmúrios e olhares curiosos. Os guerreiros pararam o que estavam fazendo, vendo com atenção a cena que se desenrolava. A visão de Lucifer, imponente e enfurecido, enquanto arrastava aquele garoto pelo acampamento, tinha algo quase... aterrador. Sua expressão estava carregada de fúria, e a ira em seus olhos fazia o ar ao redor parecer mais denso. Com um movimento brusco, Lucifer jogou Dino no chão com força, fazendo o menino rolar por alguns metros, até cair de lado, estatelado. Os homens ao redor se aproximaram, prontos para fazer o que Lucifer mandasse. — Peguem seus pertences! — gritou Lucifer, sua voz retumbando por todo o acampamento. — Tudo que esse rato roubou, quero agora no chão! As moedas caíram aos montes no solo em torno de Dinah, que se levantou rapidamente, tentando juntar o que havia conseguido roubar. Mas seus movimentos foram interrompidos pelo som da voz de Lucifer, que não permitia nenhuma hesitação. Com um gesto de sua mão, ele mandou os homens pegarem o que fosse dele. Enquanto Dinah tentava se reerguer, seu corpo tremia, mais pela tensão e o medo do que pela dor. O peso da situação a esmagava. Ela, que antes se sentia invisível, agora era o centro da atenção, e o olhar de Lucifer sobre ela era gélido, impiedoso. Os outros homens se aproximaram, pegando tudo o que ela havia roubado. Ela tentou se afastar, tentando aproveitar a distração, mas não teve chance. Lucifer, com uma agilidade imensa, avançou até ela, e antes que pudesse reagir, a pegou pelo pescoço, suas mãos fechando em torno da garganta dela com força. — Onde você pensa que vai, rato? — disse ele, a voz baixa e ameaçadora. Sua respiração estava pesada, mas seu controle sobre a situação era absoluto. — A pena para o roubo é a morte. Os olhos de Dinah se arregalaram com o pânico. O ar estava ficando escasso em seus pulmões, e seu corpo lutava contra o aperto crescente no pescoço. Ela não havia sido pegada assim antes, não por alguém tão poderoso, tão implacável. Ela sabia que estava à mercê dele. Ela tentava falar, mas a pressão em sua garganta a impedia. Sua mente estava se tornando turva, o que poderia ser seu último momento de vida estava prestes a chegar. Mas então, algo dentro dela, algo profundo, despertou. Ela não podia, não queria morrer ali. Ela não queria ser mais uma vítima esquecida. E uma ideia surgiu, uma última tentativa de escapar daquela morte iminente. Com um esforço desesperado, ela finalmente conseguiu falar, sua voz rouca e tremendo: — Não... não me mate... — ela implorou, sua mão se levantando em um gesto quase automático, tentando alcançar a mão de Lucifer ao redor de seu pescoço. — Por favor, eu... eu só fiz isso para sobreviver. Eu... eu não sabia o que mais fazer! Lucifer a observava com um olhar de puro desdém, mas havia algo na sua expressão, algo na maneira como ela o olhava, que o fez hesitar. Ela era frágil, com os olhos marejados, e seu pedido de clemência parecia genuíno. Mas Lucifer, que nunca havia sido alguém a ceder, sabia que a fraqueza também era uma ameaça. Em um mundo como o deles, a sobrevivência dependia da força. A força, não a compaixão. Dinah, ainda com a respiração dificultada, continuou, tentando desesperadamente apelar para a razão de Lucifer. — Eu... eu não sou quem você pensa... — sua voz estava mais fraca, mas a necessidade de viver a mantinha firme. — Eu sou... eu sou... só uma criança perdida. Só... só tente entender. Eu não queria fazer isso! Eu não sabia o que mais fazer... não havia outra opção... Ela olhou diretamente nos olhos dele, tentando transmitir uma sinceridade que se enraizava em sua angústia. Lucifer ficou em silêncio por alguns segundos, o som da respiração de ambos ecoando no ar pesado. Ele a mantinha presa com força, mas havia algo em seu olhar que se suavizava. Não era piedade, mas curiosidade. Ele sabia que aqueles que se atreviam a desafiá-lo pagavam com a vida, mas algo naquela cena o fazia hesitar. — Você acha que pode me convencer com palavras? — Lucifer murmurou, sem soltar seu aperto. Ele ainda a mantinha ali, suspensa, a centímetros da morte. — Você é um ladrão, e ladroagem é punida com a morte. Eu poderia cortar seu pescoço agora mesmo. Não me importo com suas desculpas. Dinah, com a respiração novamente começando a se recuperar, viu uma leve mudança na postura de Lucifer. Ele estava contemplando algo, mas o quê? Ela sabia que precisava agir rápido. Seu coração batia mais forte do que nunca, e ela não poderia errar agora. Com uma última tentativa de ganhar tempo, ela falou, sua voz agora mais calma, mais focada: — Se você me matar, quem vai se beneficiar disso? — Ela deu um sorriso forçado, mais pela adrenalina do que por confiança. — Eu sei como me virar, como sobreviver. Eu posso ser útil para você. Não sou só um ladrão. Eu sou mais do que isso... Eu... posso ajudar. Se me deixar viver... posso ser mais valioso para você do que qualquer moeda que você tenha. Eu entrei em seuacampamento e roubei todos, menos o senhor. Baal disse alto: — Ele tem um ponto irmão! Ele conseguiu roubar parte de seu exercito, fez todos nos de bobos, alias e melhor matar. Dinah gritou: — Eu serei Leal, eu juro, só roubei para comer. Lucifer a observou, seus olhos estudando a garota que ousara desafiar o seu poder. Ela estava à sua mercê, mas algo em sua postura o fez parar e pensar. Ele não costumava poupar ninguém. Mas ela parecia diferente. Finalmente, Lucifer suspirou, ainda com os olhos fixos nela, e com um gesto brusco, soltou seu aperto. Dinah caiu de joelhos, arfando, enquanto ele a olhava com uma intensidade quase c***l. — Muito bem — Lucifer disse com um tom grave, quase ameaçador. — Você sobreviveu, mas não se engane. A partir de hoje, você não é mais uma criança perdida. A partir de hoje, você será meu escravo até sua morte. Dinah, ainda tentando recuperar a compostura, olhou para ele com uma mistura de medo e alívio. A morte havia sido evitada, mas algo dentro dela sabia que a escravidão, de alguma forma, seria um destino igualmente c***l. Mas agora, ela tinha uma chance. E se houvesse uma chance de sobreviver, ela lutaria para usá-la. Lucifer se virou, começando a caminhar de volta para sua tenda, os homens o seguindo de perto. Ele não olhou para trás. E enquanto Dinah se erguia, o peso da decisão dele ainda pairava no ar, pesado e esmagador. Ela agora estava sob sua posse, e isso era algo que ela teria que suportar até o fim. O jogo de poder tinha começado, e o destino de Dinah — ou melhor, de Dino — estava selado.
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