capítulo 32 A promessa

1186 Words

Narrado por Murilo Ferreira Ela ficou um tempo calada depois de perguntar. A cidade piscando lá embaixo, o vento dançando no cabelo dela, e meu peito cheio daquele medo que a gente não confessa nem pros parça. Aí ela falou. Baixinho. Com voz de quem tá com o coração na mão, mas entrega mesmo assim: — “Se algum dia… por acaso… a gente tiver que se afastar… tu ainda vai lembrar de mim?” Eu não respondi de cara. Porque essas perguntas não são de responder com palavra. São de sentir. Segurei ela mais forte, o queixo ainda colado no ombro, o peito colado nas costas. E disse do meu jeito: — “Tu não entendeu ainda, né?” Ela virou um pouco o rosto, tentando me encarar de lado, mas sem coragem de ir até o fim. — “Entender o quê?” — “Que tu já mora em mim. Que mesmo que o mundo tente

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