Mas agora era diferente. Agora tinha fantasma demais entre nós. Melissa ficou em silêncio, encarando a cidade lá embaixo. Luzes piscando, buzina ao longe, a vida seguindo… como se oito anos não tivessem doído tanto. — “Tu lembra do que disse depois do beijo?” — ela soltou, quase num suspiro. Eu fechei os olhos. Lembrei do gosto da boca dela, do tremor no corpo, da p***a do mundo girando errado e a gente tentando segurar com as mãos nuas. — “Lembro.” — respondi, firme. — “Lembro de cada palavra. Cada toque. Cada promessa que tu quebrou.” Ela virou o rosto pra mim. — “Eu não quebrei porque quis.” — “Mas quebrou.” — rebati, seco. — “E quando tu quebrou… eu virei caco. Caco com ódio. Caco com bala.” Ela respirou fundo. O peito dela subia e descia como se quisesse cuspir tudo de uma ve

