— “Não é porque é meu filho, não!” — Jussara soltou, ainda rindo, com a mão no peito como se segurasse a ousadia. — “Mas que ele tá lindo, tá! Se não fosse meu filho… e eu tivesse uns trinta anos mais nova…” — ela fez uma pausa dramática, piscando pra mim — “pegava!” — “Jussaraaaa!” — gritei, entre riso e vergonha, quase engasgando com o ar. — “Ué, menina! Tu acha que a idade apaga o olho clínico? Não apaga não! E aquele menino tá um pecado ambulante. Mas fica tranquila… é teu. Vai lá e toma posse!” Ela deu um tapinha de leve na minha mão, como quem empurra pra frente com bênção e deboche ao mesmo tempo. — “Amanhã tu vai levantar, passar aquele batom que eu sei que tu trouxe escondido na bolsa, vestir tua melhor blusa e olhar pra ele como quem diz: ‘tô aqui, e ainda sou tua, se tu for

