capítulo 132

1412 Words

[NARRADO POR MURILO FERREIRA] Me afastei um pouco da bagunça e sentei no banco torto, de madeira velha, encostado no alambrado enferrujado. O corpo descansava, mas o peito… o peito tava em combustão. Vi meu filho no meio da quadra, pequeno no tamanho, gigante na vontade. Correndo com a camisa do Flamengo que eu mesmo vesti um dia. A bola escapava, ele corria mais. Levava rasteira, levantava rindo. Era cria. Era meu. Do outro lado, o bonde inteiro jogando mais zoeira que futebol. Pulga gritava "TOCA, PELO AMOR DE DEUS!", mas chutava pra fora. Faísca dava chapéu em si mesmo. Gargalo tentava fazer firula, tropeçava. E Neguim… dançava até pra bater lateral. A quebrada era riso, era respiro. E eu ali, parado, só assistindo. Sentindo o tempo voltar a me caber nos ossos. A vida sem pressa. S

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