[NARRADO POR MURILO FERREIRA]
Subi a ladeira com Melissa do lado, a mão dela ainda presa na minha. A palma quente, viva, como quem me anchora nesse mundo louco. Cada passo era leve, mas carregado de um peso bom — aquele que a gente escolhe carregar porque vale.
Antes de dobrar a esquina de casa, olhei pro alto da laje. Tava lá: Pulga sentado numa cadeira de plástico, Faísca com um copo na mão, Neguim fazendo não-sei-o-quê com o celular, e Gargalo… com cara de quem já tava planejando a maldade da pelada.
— “ÔÔÔÔ!” — gritei, abrindo os braços. — “Bora jogar bola, meus cria! Vai ficar tudo de enfeite aí, é?”
Pulga levantou de um pulo, já empolgadíssimo:
— “Aí sim, p***a! Pensei que ia viver só de lembrança!”
Faísca ergueu o copo tipo brinde:
— “Se tu meter caneta, eu paro de beber por
