Episódio 4

1359 Words
— Eu vou te ajudar em troca de você me dar sua filha através de um contrato onde ela se torna a minha esposa. Toda a sua dívida será paga e você receberá uma pensão para suas despesas e as da sua esposa. Eu disse a ele sem hesitar, eu não era exatamente um homem que fazia rodeios. No começo pensei que ele não aceitaria, já que a filha dele era muito jovem e não é normal trocar pessoas por dinheiro. Fiquei muito surpreso quando ela aceitou imediatamente a minha proposta e, embora duvidasse que a sua filha aceitasse, alguns dias depois ela me ligou para preparar o casamento. Fiquei entusiasmado com aquele casamento, tanto ou mais do que quando me casei com a minha esposa. Mas tudo mudou quando no dia do casamento a menina me olhou com nojo e quis me matar. Senti que ela estava me menosprezando pela minha condição e, embora eu quisesse deixá-la ir, tudo já estava feito. Naquele dia eu saí da cidade, não queria vê-la, mesmo ela sendo forçada a se casar comigo, eu tinha pensado que com esse tempo na minha casa eu conseguiria fazer ela pelo menos ficar interessada por mim, mas fiquei mais decepcionado quando cheguei em casa, a minha irmã me disse que ela preferiu dormir em outro quarto. — Será que ele tem tanto ódio e repulsa por mim? Fiquei desapontado, chateado e cheio de raiva. Eu estava me oferecendo para mudar a vida dela e ela estava me retribuindo dessa forma. Mandei buscá-la com uma empregada, fiquei nervoso em vê-la, tanto que procurei milhares de palavras para quando ela chegasse. Eu não entendia como uma garota mais nova que eu poderia me deixar assim. Embora não fosse muito difícil de entender, ela era realmente linda, os seus olhos castanhos, a sua estatura mediana, os seus quadris largos, os seus lábios macios e rosados ​​que me davam vontade de beijá-la, me deixava tão louco que só de imaginá-la com outro homem tive que apertar os punhos, irritado. Eu não suportava pensar que alguém já tivesse beijado ela, que alguém tivesse feito dela uma mulher, eu odiava essa ideia, senti tanta dor e um ciúme horrível que me fez enlouquecer imediatamente. Mas quem era eu para tê-la? Um homem medíocre? Um homem que nunca poderia levá-la para a cama? Um homem que nunca poderia sair uma manhã para correr com ela no jardim ou nadar? Eu era meio homem e provavelmente é por isso que ela não queria estar perto de mim. Quando ela bateu na porta e eu fiz sinal para ela entrar, olhei para ela surpreso porque ela estava com uma roupa suja e nojenta. Fiquei imediatamente chateado, pois a minha irmã me disse que ela não queria aceitar nada que viesse de mim. A forma como ela me tratou foi dura e embora eu a tivesse tratado da mesma forma, não queria que continuasse assim, então depois que ela saiu do escritório liguei para minha irmã arrependido. Pedi para mandar buscar um buquê de rosas e trazê-lo para ela.Que entregassem no quarto dela. — O que você quer, irmão? Marina entrou no escritório sem bater. Marina era meu braço direito. Depois que os meus pais morreram eu cuidei dela, ela sempre foi rebelde e egoísta, mas passar cinco anos num internato a mudou tanto que assim que Alicia e o meu filho morreram, mandei buscá-la para não me sentir tão sozinho naquela casa tão grande onde morava depois que a minha família morreu. — Por favor, Marina, já falei mil vezes para você bater antes de entrar. Levantei uma sobrancelha em aborrecimento. — Eu quero que compre roupas para a minha esposa. Compre todo tipo de roupa, e o que mais ela precisar. Além disso, também quero que você compre para ela um buquê de rosas, o maior que encontrar, e mande para ela. Ordenei sem olhar para ela. Marina assentiu e saiu do escritório. A tarde passou rapidamente, entre chamar alguns amigos para participar da reunião e terminar alguns trabalhos, o tempo havia passado. Corri para o banheiro quando o relógio marcava sete da noite e com a ajuda de uma das empregadas tomei um banho rápido. Eu queria parecer apresentável. E apesar de estar condenado a uma cadeira de rodas, eu sabia que tinha atributos físicos que poderia usar a meu favor. Quando cheguei à sala de reuniões, havia algumas pessoas, inclusive Gonzalo, meu grande amigo e advogado. — E a sua esposa? Eu não a vejo aqui. Ele perguntou curioso. — Não deve demorar muito para chegar, tenho certeza que você ficará fascinado, por quão bonita ela é. Murmurei com um sorriso. — Você ficou fascinado por aquela mulher desde aquele dia em que a viu na escola, tanto que a forçou a se casar com você. — Cala a boca idi8ota, você já sabe que ninguém pode saber disso. Olhei para ele com aborrecimento enquanto Gonzalo levantava as mãos em paz. Gonzalo era meu melhor amigo, assim como a minha irmã, não havia nada na minha vida que ele não soubesse, ele tinha sido meu apoio ainda mais do que Marina, que às vezes sentia que não me amava como uma irmã deveria amar o seu irmão. Mas embora a nossa relação não fosse das melhores, era a minha única família e eu queria protegê-la. Todos ficamos em silêncio quando ouvimos o barulho dos saltos femininos descendo as escadas. Embora a casa tivesse elevador, a minha linda esposa preferiu fazer uma aparição com muito mais elegância. Olhei para ela como todo mundo, surpreso e, ao mesmo tempo envergonhado de vê-la daquele jeito. HELEN ‎​​Assim que saí do escritório estúp*ido do meu marido, fui para o meu quarto chorar. Fiquei triste e chateada. Eu não sabia o que estava fazendo lá. Apesar de ser cheia de luxos eu não gostava deles, naquela casa eu era apenas mais uma funcionária, além disso, sentia muita falta da minha mãe. Quando vi Dylan tive vontade de reclamar com ele sobre como a minha mãe foi tratada, e também como eu fui tratado naquela casa, mas preferi ficar calada, tinha muito medo de Dylan e não queria que ele me maltratasse ainda mais, se eu me tornar rebelde. Eu estava deitada chorando quando a minha querida cunhada entrou no meu quarto sem bater. — Levante agora. O meu irmão quer que você vá comprar roupas. Marina estava vermelha de raiva como se a incomodasse o fato do seu irmão ter pedido para ela comprar roupas. Levantei-me em silêncio. Eu não respondia quando as pessoas estavam muito chateadas, aprendi isso com a minha mãe. E sempre que o meu pai chegava em casa bêbado, eu apenas obedecia e ficava em silêncio. Limpei um pouco a minha roupa e saí da mansão. Assim que caminhei até o estacionamento da casa, respirei ar puro. Me sentia sufocada naquela casa enorme, que apesar de ter milhares de distrações, durante todo esse tempo Marina me manteve como uma escrava. E certamente essas foram as ordens do seu irmão monstro. Camilo, o motorista, que foi o mesmo que me levou lá no dia do meu casamento, me levou até uma boutique na periferia da cidade. Levei a maior parte da tarde para comprar roupas, entre experimentar os looks e escolher, foram muitas horas. A consultora de guarda-roupa contratada diretamente pelo meu marido era responsável pela compra de todos os tipos de roupas e sapatos, desde vestidos de gala até pijamas para dormir. Não podia negar que me sentia num conto de fadas, nunca na minha vida pensei que um dia poderia ter tantas roupas, peças de vestuário e sapatos. Eram tantas malas que Camilo fez duas idas até o carro. E depois que ele saiu para carregar as sacolas eu disse a ele que queria dar uma volta no shopping e, embora ele hesitasse, um momento depois ele concordou. Eu estava de costas admirando um lindo colar idêntico ao que a minha mãe tinha, quando alguém me abraçou por trás.‌‌​​‌‌​‌​‌​​​‌​‌‌
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