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Vendida para o CEO DEMÔNIO

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Celina era uma adolescente extremamente inteligente que vivia na periferia e passou pra uma universidade federal na década de 90. Sua mãe, que não se importava com ela, a convenceu a se casar com um homem que parecia bom, apenas violento na cama. Celina tinha uma escolha: ou aceitava isso e poderia cursar a universidade, ou perdia o vestibular e aceitava a ajuda do seu melhor amigo? Cansada de todos maus tratos e humilhações que a mãe lhe dispensava, achou que era esperta o suficiente para lhe dar uma lição. Planejou com cuidado e atenção não entregar a virgindade para o futuro marido e ficar com o valor do contrato de casamento! Só não contava que poderia se apaixonar pelo amigo, que seu noivo poderia ser extremamente sedutor e que os sacrifícios que fez para conseguir cursar a faculdade não valeriam a pena, e isso se tornaria um problema com o qual ela não tinha maturidade pra lidar. E em meio ao caos que tudo se tornou, teria que lidar com a máfia se quisesse salvar sua vida.

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menina prodígio
São Paulo - 1994 Celina olhava pela janela do ônibus sem prestar mesmo atenção no que via. Sabia que era uma grande distância de onde morava até o centro da cidade e pior ainda de onde estava voltando, no extremo oeste da capital de São Paulo. Ela morava no extremo leste e estava voltando da cidade universitária, mas se sentia com uma enorme sensação de dever cumprido, mesmo muito cansada. Tinha ido tentar o vestibular na USP, por insistência de sua professora de matemática, que a inscreveu e pagou a taxa de inscrição como um presente, dizendo que confiava no potencial dela. Celina não acreditava tanto assim, por isso nunca pensou em dispôr do valor da taxa. Tinha uma vida muito pobre, estava desempregada e seus pais jamais tirariam das despesas da casa um valor relativamente alto para pagar a inscrição de uma universidade federal, onde ela disputaria 80 vagas para o segundo curso mais concorrido da USP. Sua mãe Nancy era costureira, jovem, linda, muito vaidosa. Sempre andava bem arrumada, ela mesma fazia as próprias unhas nos domingos que não fazia horas extras. Seu pai Carlos era segurança, nordestino bronco, ignorante por natureza, tinha muito ciúme de Nancy, que era 15 anos mais jovem que ele. Celina tinha mais duas irmãs e um irmão. Caio foi dado pra madrinha rica que foi viver na França com o marido quando era ainda um bebê. Ele é gêmeo de Helena e os dois tem 20 anos. Ela vê algumas fotos antigas dele, há muito tempo perderam o contato. Eles são os brancos dos irmãos, e embora gêmeos, não se parecem muito. Talvez porque Caio foi criado com dinheiro, saudável e Helena na dificuldade dos assalariados. Celina é a do meio. Em tudo! Com 17 anos, é uma morena cor de papelão e a que mais evidencia a mistura do pai n***o e a mãe loira. Apesar da cor, é a que mais se parece com o pai. Chega a ser gritante a semelhança. E depois vem Joyce, uma negrïnha de 14 anos, bem típica brasileira. Um arraso, corpo escultural, cabelos extremamente cacheados, lábios carnudos. Tão linda que chega dar vontade de bater! E tão meiga e carinhosa que dá vontade de morder. Como toda filha do meio, Celina tem a síndrome da rejeitada. Com Caio longe, Helena a preferida da mãe e Joyce a preferida do pai, não sobrou nada para Celina. Como sempre se achou sem graça, feinha até e não tinha ninguém pra dar toda a atenção que as irmãs recebiam, se dedicou a estudar. Sempre foi uma nerd de óculos que ninguém nunca notava e as visitas dos pais sempre achavam que ela era a empregada da casa. Por que ela sempre tinha que fazer todo o serviço, pois Helena era sempre a anfitriã junto com a mãe e Joyce era a pequena. E quanto mais decepcionada ficava com a forma de a mãe tratá-la, mais estudava. Tinha traçado um futuro pra si. Não era como essas adolescentes emocionadas que só pensavam em homens, em balada ou beijar na boca. Tinha pavor de drogas, homem tocando ela em lugares inapropriados ou coisas desse tipo. Queria estudar, sair da casa dos pais quando fizesse 18 anos, ter seu canto, trabalhar e se manter. Conseguir entrar em alguma universidade pública. Mas aí as dificuldades vieram desde logo. Mesmo trabalhando, a mãe pegava metade do seu salário pra ajudar nas despesas da casa. Também usava seu vale refeição pra fazer compras, mas quando ela chegava da escola, nunca tinha janta pra ela. Então ela tinha que almoçar com a metade dos tickets que recebia e não podia tomar café na rua, nem comer na escola. Seu salário de estagiária não era muito, tinha que comprar a cota de passagens para condução pra escola, livros... Definitivamente não dava. Aí a mãe disse que ela não podia mais trabalhar porque ganhava pouco e não estava passando fome, que era mais vantagem pra ela que Celina ficasse em casa, cuidando de Joyce, lavando e passando, e fazendo a comida das marmitas do pai, dela e de Helena. Em troca, a mãe com muito custo deixou ela continuar estudando na Etec e comprava a cota dela. Mas livros, tinha que ir na biblioteca fazer os trabalhos e copiar porque ela não pagava xerox, e se isso não atrapalhasse o serviço de casa. Quando Celina argumentava que precisava estudar e estava sobrecarregada, a mãe mandava ela parar de ser b***a que no máximo ela ia conseguir lavar o banheiro de algum riquinho. Nancy dava pouca importância aos estudos de Celina, porque na verdade ela queria que Helena tivesse sido agraciada com um cérebro privilegiado. Mas a distribuição de dons não saíram como ela gostaria, e Helena era linda, mas faltava inteligência e Nancy entendia como disperdício tanta inteligência numa menina feia. Celina desceu no ônibus e começou a caminhada para casa, pensando que desde o 10 anos sabia que a mãe não gostava dela. Não era uma sensação, nem uma impressão. A mãe falou com a própria boca, cara a cara com Celina. Na época, Celine achou libertador, pois finalmente pôde ter certeza de o porque a mãe tratá-la tão m*l. Depois disso, começou a tentar entender o porquê de a mãe não gostar dela. Sempre foi uma boa filha, fazia todas as tarefas da casa, cozinhava pra família toda, era estudiosa, não dava problemas com namorados nem com encrencas. Nunca questionava porque ganhava menos do que as irmãs, não era rebelde. E mesmo assim a mãe não a suportava de forma nenhuma. Quando tinha 14 anos, a mãe aceitou pagar a taxa do vestibulinho pra Etec, porque se sentiu culpada ao extremo por um rompante. Ela estava tentando tirar habilitação, e no dia do exame prático, chegou em casa mais cedo, na parte da manhã. Joyce estava na escola e Helena e o pai no trabalho. Celina estava esfregando as calças jeans no tanque. Tinham máquina de lavar, mas a mãe não permitia ela usar a máquina para lavar, apenas para enxaguar e torcer. Todas as roupas deveriam ser esfregadas a mão. As piores eram as calças jeans, e eram bastante. Três adolescentes em casa, todos saiam todos os dias de casa para escola e trabalho, então era bastante coisa pra esfregar. Nancy foi até a lavanderia direto, sem nem tirar a bolsa do ombro, ficou de frente para Celina, que olhou pra ela assustada. - Mãe, porque está em casa tão cedo? Aconteceu alguma coisa? - Aconteceu sim. Eu não passei na prova de direção. E sem que nem porque, estalou a palma no rosto de Celina. As lágrimas vieram aos olhos da menina, mas não chorou. A mãe odiava demonstrações de fraqueza nela. Ela nunca podia chorar por nada. Então perguntou pra mãe, com os olhos vermelhos tentando controlar a lágrima. - Porque me bateu? - Não passei no exame porque estava nervosa. Saí de casa nervosa porque não achei a bermuda que queria usar. E sabe porque não achei? Porque você é uma incompetente, inútil, que não guarda as coisas no lugar certo. Então eu me atrasei procurando e fiquei mais nervosa ainda, porque nem podia te acordar pra procurar pra não me atrasar mais. E acabei reprovando na prova de direção. Por sua culpa, porque tudo o que me acontece de r**m é sua culpa, porque você é um inferno em minha vida! A mãe deu as costas pra ela, mas antes de sair da lavanderia, parou e sem a olhar falou: - E vai fazer meu prato que eu tô com fome.

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