A garota em meus sonhos

1042 Words
Estela tentou explicar a Ângelo o comportamento impulsivo da garota que ela presenciou respondê-lo tão m*l no corredor. Estela estava muito nervosa e envergonhada, afinal Ângelo não era apenas um médico voluntário mas o maior benfeitor daquela instituição. Tudo que ele não merecia era falta de respeito como havia sofrido: ___ Qual o nome dela? (Perguntou Ângelo enquanto desabotoa seu jaleco. Ele estava parado de pé diante de Estela, que parecia perder a voz: ___ Clara... Nossa menina velha da casa... Está passando por uma fase complicada. Por isso agiu de maneira tão infantil. (Disse Estela) ___ Amanhã quero falar com ela! Mande a minha sala, com cartão de vacina, certidão de nascimento e histórico escolar... ___ Desculpe Doutor Ângelo, mas isso não será possível! (Disse Estela gaguejando) Ângelo lhe enviou um olhar cheio de desconfiança que fez Estela quase perder o ar: ___ Clara é uma menina complicada... Ela não aceita ordens, nem mesmo ao psicólogo ela aceitou ir. (Disse Estela) ___ Qual a idade dela? (Perguntou Ângelo impaciente) ___ Dezesseis anos, doutor. (Respondeu Estela) Ângelo caminhou em direção a porta, ficou alguns instantes parado ali em silêncio e em seguida voltou seu olhar para a diretora: ___ Uma garota de dezesseis anos faz o que bem quer e ninguém faz nada? Eu a quero em minha sala amanhã. Será minha primeira consulta fui claro? (Disse Ângelo) Estela assentiu concordando e respirou aliviada quando ele finalmente deixou a sua sala indo embora. ... No restante daquele dia Ângelo não conseguiu se concentrar, se surpreendia pensando na garota de olhos castanhos que o desafiou. Estava indignado com a forma rude com que foi tratado por ela, podia compreender que era uma adolescente sem limites mas não aceitaria em silêncio esse tipo de comportamento, ainda mais vindo de uma garota m*l educada. Na clínica fez diversos atendimento, nada muito diferente dos demais dias. E seu pensamento era invadido por Clara. Pensava em cada detalhe de seu rosto e o que mais lhe intrigava era sua notável beleza mesmo mostrando uma personalidade forte e impulsiva a garota chamou sua atenção. Era muito incomum sentir atração por uma adolescente, na verdade nunca havia tido tal experiência. Como era um homem adulto já vivendo seus 35 anos não tinha o costume de se envolver com mulheres mais jovens. O que também não era correto. Mas havia algo em Clara a órfã que o surpreendeu naquele dia que o deixou perturbado, tentando entender a razão de permanecer pensando nos detalhes delicados daquele belo rosto da menina. Concluiu que era apenas revolta por ser tratado tão m*l pela adolescente e no dia seguinte estava disposto a entender melhor esse seu comportamento nada normal. Foi para casa mais cedo e pode relaxar na sua banheira de hidromassagem. Ficar por alguns instantes de olhos fechados descansando a mente o corpo lhe fez muito bem. Se trocou rapidamente após o banho pois uma empregada já havia lhe avisado que seus pais o aguardavam na sala. Se tinha uma coisa que o incomodava profundamente era seus pais não irem no horário combinado. Eles haviam dito que estariam em sua casa as dezenove horas da noite e já estavam ali impacientes as dezoito e trinta. Ângelo nunca se acostumava as manias de seus pais e a medida que envelheciam mais sistemáticos ficavam. Ângelo sabia da sua responsabilidade de filho para com eles, afinal ele era o único que eles tinham. Por isso entendia o lado deles, essa ânsia por vê-lo. As vezes se sentia um péssimo filho, pois quase não tinha tempo para visitá-los como desejava. Quando chegou a sala sua mãe Laura foi logo lhe abraçando e o enchendo de beijos, ela era a mulher que mais possuía liberdade com ele, as demais só avançavam se ele permitisse. Seu pai Paulo já era mais parecido com ele apesar de ser influenciado pela mulher a ser tão sensível e dramático. Eles queriam saber como foi o trabalho voluntário, tinham orgulho do homem que Ângelo havia se tornado. Ângelo abriu uma garrafa de vinho antes do jantar e os serviu. Não lhes deu muito detalhe sobre a instituição, mas os acalmou dizendo que era um trabalho prazeroso e gratificante. ___ Um dia quero que me leve lá meu filho! Sabe que sou louca por crianças! Levarei muitos brinquedos a elas. (Disse Laura segurando na mão de Ângelo enquanto ele permanecia sentado ao seu lado no sofá) ___ As crianças são educadas meu filho? (Perguntou Paulo) A simples pergunta de seu pai fez com que sua mente trouxesse a lembrança do rosto de Clara. Ele ficou incomodado com aquele pensamento inesperado e tentou mudar de assunto, falando sobre o sucesso da campanha de publicidade na empresa dos pais. Após o jantar foram para a sala novamente e ficaram conversando sobre coisas aleatórias que Ângelo não conseguia lembrar do que seus pais falaram pois sua mente mais uma vez o levava a pensar na garota da instituição. Aquilo já o estava incomodando, porque pensaria tanto em uma menina mau educada como ela? Só porque tinha um belo rosto e talvez um corpo jovem e atraente? Ele não era esse tipo de homem sem escrúpulos que teria fantasias com uma adolescente. Ângelo conhecia muito bem as leis que protegiam crianças e adolescentes de abusos. Então qual a razão para mais uma vez se perder nós olhos de Clara? Assim que seus pais se despediram fazendo aquele drama de sempre, implorando para irem visitá-los, Ângelo pode finalmente retornar ao seu mundo solitário. Havia desmarcado um encontro para aquela noite em razão da visita de seus pais. Porém depois daquele dia cheio de surpresas não teria cabeça ou mesmo desejo de estar nos braços de alguma mulher. Queria colocar seu pijama e deitar confortavelmente em sua cama. O problema aumentou quando ao adormecer o sorriso de Clara o abordou em seus sonhos. No sonho a garota estava ainda mais bela do que já era. O impressionava com um olhar doce em sua direção, com gestos delicados caminhava na sua frente, como se flutuasse e chegava bem próximo a seu corpo e insinuava dar-lhe um beijo. Ângelo acordou sobressaltado, ofegante e com as imagens daquele sonho em sua mente. Estou enlouquecendo? Pensou enquanto se levantou da cama para respirar melhor.
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