004 - Wicked Game

841 Words
Outubro de 2019 A equipe de perícia ainda tentava descriptografar o conteúdo do pen-drive que encontramos na caixa enviada para minha sala. Só sabíamos que depois da revelação do rolo de filme, que continham diversas fotos de figuras importantes e algumas figuras desconhecidas do governo americano recebendo diversos tipos de propina nada daquilo poderia cair nas mãos da polícia. Depois de perícia, a polícia científica concluiu que o coração encontrado pertencia a nada menos do que um dos seguranças particulares de Michael Edward Howard II, meu marido e candidato ao senado americano pelo estado de Nova York. —Rachel, pode avisar para todo mundo que estou descendo para a coletiva de imprensa. – Pedi à minha secretária por telefone. Hoje seria o dia em que daria uma conferência de imprensa sobre qual o meu envolvimento pessoal com o caso e se tinha recebido mais alguma coisa pelo correio. ... Subi no púlpito colocado somente para esta declaração na frente do prédio do New York Times, podia ver algumas faces conhecidas que trabalhavam comigo no jornal, uma ou duas que estudaram comigo na faculdade e outras faces de periódicos conhecidos que também queriam contar sua parte da história ou pelo menos conseguir alguma coisa para investigar. Sorri amigavelmente para todos antes de dar início ao meu discurso. —Olá a todos os colegas jornalistas que estão aqui presentes e para todas as pessoas assistindo e ouvindo isso pelo podcast do New York Times ou de outros jornais. Estou aqui para esclarecer algumas dúvidas que todos vocês possuem desde que foi revelado que recebi o coração de Joseph Marks, segurança particular do Deputado Michael Howard pelo correio. – Fiz uma pequena pausa para avaliar o sentimento geral do público, que pendia para um clima geral de curiosidade, e para respirar antes de prosseguir. —Como todos vocês sabem, sempre mantive minha vida privada longe do meu trabalho. Sou uma jornalista séria e sempre fui imparcial quanto ao trabalho do meu marido. Vocês sabem que inclusive temos algumas opiniões divergentes já que ele é um Republicano fervoroso e eu uma Democrata como bem sabem... – Disse com uma risada, sendo acompanhada por alguns jornalistas que sabiam bem da rivalidade pública de opiniões políticas entre nós, algo que já tinha ajudado a campanha dele. —A polícia continua fazendo investigações sobre quem poderia ter mandado o coração e cometido esse crime terrível e possuem nosso total apoio. Claro que estamos fazendo nossa própria investigação e... Não pude concluir meu raciocínio, já que uma agitação começou próximo da área de entrada do cordão de isolamento. Ela gritava enquanto tentava se desvencilhar dos seguranças. Saí do púlpito e comecei a caminhar em sua direção, talvez ela fosse uma daquelas pessoas que só precisavam desabafar sobre algum assunto ou matéria que publicamos e depois se acalmaria. Quando cheguei a alguns metros de distância quase não reconheci uma mulher que tinha visto pela última vez a mais de 15 anos atrás. Rosa Villanueva. —VOCÊ FICA PAGANDO DE BOAZONA, MAS CONDENOU UM HOMEM INOCENTE. VOCÊ ACABOU COM A VIDA DELE AHN TU p**a CHICA PENDEJA! – Ela estava muito diferente da maneira em que se portava quando eu namorava seu irmão, estava completamente desleixada: cabelos embaraçados, roupas sujas e gastas, além de grandes olheiras. —Rosa, tenho certeza que podemos conversar melhor em outro lugar... Porque não deixa esses rapazes levarem você para o meu escritório e conversamos depois? – Perguntei de maneira condescendente, talvez assim ela se acalmasse. A mulher estava claramente fora de si, Santiago tinha assassinado meus pais e todas as provas comprovavam isso. Mas o que falei aparamente só atiçou ainda mais a mulher, que finalmente conseguiu se soltar dos seguranças e avançou sobre mim, desferindo tapas e socos. — MATOU ELE! FOI VOCÊ QUE MATOU MEU SANTI! ELE PERDEU A VIDA TODA DELE NA PRISÃO E QUANDO IA CONSEGUIR... Cuando iba a obtener su libertad... VOCÊ MANDOU m***r ELE, SUA PERRA DESGRAÇADA! – Gritava ela entre choros e soluços ao ser arrastada de cima de mim pelos seguranças e por dois policiais. Recuei como se atingida por um choque, não pensava naquele homem fazia muitos anos. As lembranças daqueles últimos momentos ainda perseguiam minha mente de tempos em tempos dentro dos meus sonhos, como um daqueles stalkers que não conseguem abandonar sua vítima. Mas logo em seguida lembrava dos caixões dos meus pais sendo enterrados e de tudo que tive que passar sem eles e conseguia esquecer dos sentimentos que tentavam florescer. Recuei para dentro do prédio do jornal, protegida pelos seguranças e pelos meus colegas jornalistas. Enquanto acessava meu celular e pedia por informações sobre meu ex para um informante confiável que tinha. Depois de algum tempo recebi uma resposta que me abalou energeticamente. "Santiago Villanueva foi encontrado morto dentro de sua cela, juntamente com Marcos Herrera que era seu colega de confinamento. Ele tinha conseguido liberdade condicional e devia sair dentro de algumas semanas. A causa mortis não foi confirmada mas parece ser envenenamento pelo o que consegui averiguar. Sinto muito Sophie."

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