Alessandro Ferraz Montemor A adrenalina do confronto já tinha baixado. Os dois vagabundos estavam na viatura. O boletim de ocorrência, assinado. E eu… Parado na calçada, com o corpo aparentemente calmo, mas a mente uma p***a de campo minado. Ela correu. Agradeceu. Desviou o olhar. Mas antes disso... eu vi. O roxo. Do lado esquerdo do rosto. Disfarçado por óculos escuros. Coberto pela pressa de quem queria sumir. Mas eu vi. E aquela merda me queimava como ácido por dentro. Entrei no carro e bati a porta com força. Liguei o motor sem pensar, dirigindo pelas ruas sem rumo até parar numa avenida qualquer, longe da delegacia, longe da empresa, longe de tudo. Mas não longe o suficiente daquela lembrança. Do olhar dela. Da forma como tremeu quando eu cheguei perto. Da voz falh

