Rebeca Vasconcellos Prado Vesti a calça legging preta com a mesma precisão de quem veste uma armadura. Justa na medida. Alta o suficiente pra cobrir os hematomas escondidos. Cropped de alças finas. Tênis brancos. Cabelo preso em um r**o de cavalo alto. Me olhei no espelho. O roxo no rosto já começava a ceder, virando um tom amarelado — maquiagem ajudava a disfarçar, mas não apagava. A verdade, nenhuma base cobre. Mas mesmo com ele ali, ainda me olhei com força. Eu tava de pé. Eu tava respirando. E eu tava indo. Não pra fugir. Mas pra não me perder de vez. Peguei minha garrafa de água, o fone, a toalha. E quando passei pela porta do quarto, senti o olhar dele. Gustavo. Sentado no sofá, camisa aberta, copo de whisky na mão como se fosse sábado à noite. Os olhos dele me segui

