MAXIMILIANO (a noite e a estagiária que não me saiu da mente) O relógio do meu escritório bateu seis e meia, mas minha cabeça não desligou junto com as luzes. A maioria já tinha ido embora, Renata ainda batucava no teclado com aquela eficiência que beira a obsessão. Eu podia ter seguido minha rotina: boxe, banho gelado, silêncio. Mas não. A palavra “409” ficou presa no ar quando ela a disse para Jamile. E eu registrei. Não era ciúme, não era vigilância. Era cálculo. Sempre escolhi quem fica comigo não só pelo que entrega no papel, mas pelo que mostra fora dele. Um bar revela mais caráter do que cem currículos. Quem sabe beber sem se perder, quem sabe dizer não sem criar guerra, quem segura postura quando o ambiente aperta. Saí do prédio. O elevador refletiu meu rosto e o resto: camisa

