JAMILE O mármore frio da pia contra minhas pernas só me lembrava de uma coisa: eu estava presa. Não por correntes, mas pelas mãos de Maximiliano cravadas na minha cintura como se pudesse marcar minha pele pro resto da vida. — Você ficou louco. — falei, arfando, tentando soar firme, mas minha voz já tremia no limite do incêndio. Ele riu baixo, aquele som sujo que vibrava no peito e me atravessava. — Louco, não. — encostou mais, a respiração quente queimando meu rosto. — Só cansei de fingir. O quadril dele pressionou contra o meu, duro, latejando, sem disfarçar nada. O espelho atrás de mim denunciava: minhas pernas abertas na beira da pia, ele inteiro inclinado por cima, gravata impecável e olhar selvagem. A boca dele colou no meu ouvido, dentes arranhando a pele. — Tá sentindo, Jamil

