O silêncio que caiu sobre o salão de jantar quando Gael empurrou as portas pesadas e entrou ao lado de Ava era denso e absoluto, quase palpável. O som abafado dos talheres cessou instantaneamente. As conversas morreram em gargantas nervosas. Crianças, que brincavam nos corredores entre as longas mesas de madeira, correram instintivamente para perto dos pais, escondendo-se atrás das pernas protetoras ou sendo puxadas para os colos de suas mães. Ava sentiu o impacto daquelas reações como facas invisíveis perfurando sua pele. Cada par de olhos que se voltava para ela era carregado de desconfiança, medo ou desprezo. Sussurros começaram a se espalhar como erva daninha entre os presentes. "É ela..." "A loba vermelha..." "Quase matou a Tiana..." "Será que Gael está louco de trazê-la aqui?"

