O silêncio do banheiro era cortado apenas pelo gotejar insistente da torneira. Lisa mantinha os olhos fixos no espelho embaçado, o rosto pálido, a respiração tensa. Estava sozinha — ainda. Sentia o veneno pulsando devagar por seu corpo, cobrando o preço da escolha que fizera. Mas ela não podia se deixar abalar. Não agora. Ava precisava chegar logo. O plano dependia disso. Enquanto o tempo escorria entre seus dedos como areia, Lisa voltou ao passado recente. As lembranças estavam vivas, ardendo sob sua pele como brasas incandescentes. “Você não tem escolha se quiser ser Luna.” A voz da figura sombria era como vidro sendo quebrado — fria, cortante. Lisa já não tinha certeza do caminho que haviam feito para chegar ali, mas o ambiente em volta era sufocante. Galhos tortos se enredavam como

