A noite era densa e fria, e uma bruma tênue rastejava pelo chão úmido da varanda da casa do bando. Heron e Tiana saíram em silêncio, as mãos entrelaçadas com força, como se o contato físico fosse a única âncora para a inquietação que ambos sentiam. O céu estava coberto por nuvens pesadas, ocultando a lua e mergulhando tudo em sombras. E lá, parado na beirada da sacada, como uma estátua à beira do colapso, estava Gael.
Seus olhos azuis brilhavam como brasas sob a pouca luz, mas neles havia uma mistura avassaladora de fúria e preocupação. O ar ao seu redor parecia pulsar com uma energia instável, como se ele estivesse à beira de uma ruptura. Os músculos dos seus ombros estavam tensos, as mãos fechadas em punhos e o maxilar trincado.
Ele ainda não tinha notícias de Ava.
A cada minuto que p
