Como um raio cortando um céu carregado, a realidade do que estavam prestes a fazer atingiu Gael em cheio. O fervor que incendiava seu corpo e o fazia ceder aos impulsos primais foi, de súbito, invadido por uma consciência dilacerante. Seus braços, que até então seguravam Ava com firmeza e desejo voraz, começaram a afrouxar lentamente, como se cada músculo estivesse sendo vencido pelo peso da culpa. Ele a colocou de volta no chão com um cuidado estranho para um predador que, segundos antes, estava a um passo de marcar sua presa para sempre. Os olhos de Gael, que costumavam brilhar com intensidade azul-elétrica, agora se esvaziavam, sem vida, como se a centelha que os iluminava tivesse sido apagada. Ele deu um passo para trás, depois outro, como se cada centímetro de distância entre eles fo

