O sol havia rompido o horizonte com preguiça, tingindo de laranja e dourado as muralhas de pedra do castelo. Um vento suave trazia o cheiro do bosque, das flores molhadas pelo orvalho, e da tensão crescente que pairava no ar como uma nuvem carregada prestes a desabar. Mas, no terceiro andar da ala leste, tudo era silêncio. E o motivo desse silêncio? Dois lobos postados como estátuas vivas no topo da escadaria de mármore. Heron, o beta, e Sam, o gama recém-chegado — que ainda cheirava levemente a cravo e a mistério. Ambos estavam parados lado a lado, braços cruzados, expressões sérias. Só o movimento ocasional de um músculo do maxilar ou o arquejo de uma narina deixava claro que estavam vivos — e atentos. “A gente vai ficar aqui o dia inteiro?” murmurou Sam, sem tirar os olhos da escada

