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João não queria lembrar. Lutou, se debateu, gritou no vazio da sua mente. Mas o lobo, Kion, não lhe deu escolha. As lembranças rasgaram a escuridão e, mesmo que ele tentasse fugir, elas o alcançaram, cruas, implacáveis. E então, contra sua vontade, ele viu. Era um dia comum, ensolarado, a floresta vibrava com o canto dos pássaros e o aroma fresco das flores que Clara e Sara cultivavam na horta que plantaram juntas, não muito longe da clareira onde as crianças brincavam. Um dia de paz. Um dia que deveria ter seguido assim, tranquilo, simples. Naquele tempo, muitos que vinham de fora acreditavam que Clara era a Loba Solar. E não era difícil entender o engano. A loba de Clara, marrom com tons alaranjados, quando tocada pela luz do sol, ganhava um brilho avermelhado, flamejante, que fazi

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