A brisa soprava pelo lago, carregando consigo os aromas da floresta e o perfume da terra úmida. Fúria caminhava lentamente até a margem, suas patas deixando rastros suaves no solo macio. Dentro de sua mente, Ava observava tudo através dos olhos da loba, sentindo-se conectada de uma forma que jamais imaginara ser possível. Quando Fúria parou à beira d'água, a superfície refletiu sua imagem—não como humana, mas como a majestosa loba vermelha que agora era parte dela.
Ava prendeu a respiração ao ver o reflexo. O pelo carmesim brilhava como se estivesse banhado em fogo, os olhos vermelhos eram como brasas acesas. A loba era magnífica, imponente, uma criatura saída de lendas antigas. Um arrepio percorreu a espinha de Ava quando ela murmurou, quase sem perceber:
"Essa sou eu… quer dizer, nós.
