O dia amanheceu coberto por nuvens densas, tão pesadas quanto os pensamentos que rondavam o coração de Fergus. O céu parecia prestes a desabar, como se o próprio tempo compreendesse a gravidade do momento. Havia algo de profético naquele silêncio abafado, naquele vento frio que cortava a clareira na floresta e fazia as árvores se curvarem em reverência à inevitabilidade dos dias difíceis que se aproximavam. Nem os pássaros ousavam cantar. A natureza, sábia e velha como as lendas dos lobos, sabia que algo estava prestes a mudar. Fergus estava parado no coração da floresta, no ponto exato onde os limites de seu território se fundiam com as fronteiras ocultas do Bando Estrela da Noite. A vegetação ali era densa, viva com magia antiga, e as árvores curvavam os galhos em formas estranhas, como

