Gael respirou fundo diante da porta de seu quarto. O metal da maçaneta queimava em sua palma, como se o quarto atrás daquela porta escondesse não apenas seu espaço, mas tudo o que ele vinha tentando evitar. O território do Bando Estrela da Noite estava em alerta máximo, o peso da responsabilidade esmagava seus ombros, mas nenhum dever era tão urgente quanto o que ele sentia naquele momento: encarar o cheiro sutil que pairava do outro lado. Ava. O aroma dela estava por toda parte. Doce e quente, uma mistura de floresta úmida, baunilha e algo selvagem que atiçava os instintos mais antigos do lobo em seu peito. Ele fechou os olhos por um breve instante. Queria acreditar que era apenas sua imaginação, um reflexo da saudade misturada ao desejo contido. Mas quando abriu a porta e entrou, soube

