O cheiro da manhã era denso, saturado com o orvalho da floresta. Os raios de sol filtravam-se pelas copas altas das árvores ao redor da Casa do Bando, formando feixes dourados que iluminavam o caminho de terra. Dentro do escritório do Alfa, o ar estava carregado de ansiedade. Gael mantinha-se sentado à mesa, os cotovelos apoiados na madeira gasta, os olhos fixos em documentos que não fazia mais sentido tentar ler. A inquietação começou como uma leve vibração em seu peito, mas em segundos tornou-se uma pressão inegável. Vulcano, seu lobo, se agitava em seu interior, rosnando baixo como se estivesse prestes a avançar sobre algo invisível. Mas Gael sabia — aquilo não era sobre Ava, não era desejo ou proteção de companheira. Era algo mais antigo. Primordial. Era o Gama. O vínculo entre um

