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815 Words
Maria Clara: Prefiro contar tudo de uma vez do que ficar revivendo isso contando aos poucos. - Disse enxugando as lágrimas que insistiam em cair. Terror: Como você preferir. Maria Clara: Quando eles chegaram lá, disse que não iria, que ele não tinha o direito de me pegar como moeda de troca de uma dívida, de uma pessoa que não está nem mais aqui. Avisaram pra ele e o mesmo veio me buscar, me deu uma surra na frente de todos, me expôs ao ridículo, me senti humilhada com tudo aquilo. Apanhei tanto ao ponto de não conseguir nem entrar no carro direito sozinha. Depois disso vivo naquela casa fedendo a drogas e bebidas. - Disse completando a história e visivelmente abalada. Terror: Então você estava lá contra sua vontade? Porque tu não tentou pedir ajuda? - Falei puto e levantando do sofá. Maria Clara: Não tenho família lá e não tem como eu pedir ajuda pra pessoas que obedecem a ordem dele, o medo de apanhar novamente era grande. Eu tive que me recuperar sozinha daquela surra, sem ao menos ir no posto para curar dos ferimentos, foram longos dias com dores na coluna e nem sei se fraturei alguma coisa. Não queria e continuo não querendo apanhar daquele jeito nunca mais e desde então não tentei mais nada pra sair de lá, não tinha o que ser feito, estava sobrevivendo desse jeito até você aparecer lá. - Disse me olhando nos olhos. Terror: Ele já abusou de você? - Perguntei mas com muito medo da sua resposta. Maria Clara: Não quero falar sobre isso, me sinto suja e indigna de qualquer coisa, você vai me olhar com nojo e eu não quero isso. - Disse chorando, isso tudo realmente machuca muito ela. Terror: Eu preciso saber de tudo, eu não vou te olhar de forma nenhuma, nem mesmo com pena, esse sentimento ninguém merece receber de ninguém. Você é uma vítima, não se culpa dessa forma não mano, não faz isso contigo. - Falei olhando nos olhos dela. Maria Clara: Toda vez que ele tentava algo, o m****o dele não subia, então ele nunca conseguiu consumir o ato, ir as vias de fato. Mas ele me aliciava sim, passava a mão em mim, chupada meus s***s, passava as mãos na minha i********e e eu só sabia chorar, mas não podia fazer nada porque o medo de apanhar era maior que tudo. Se na rua e com as pessoas vendo, ele fez o que fez. Imagine eu sozinha em uma casa com ele, ele me mataria. Mas a verdade é que quanto mais eu chorava e mais ficava com medo, parecia que mais ele gostava. - Disse completamente abalada. Terror: Eu nem sei o que falar, sinto muito por você ter passado por tudo isso. Você fica aqui bem e em paz, ele não vai nunca mais chegar perto de você, te prometo isso. Agora vou ir porque tenho que resolver umas paradas, qualquer coisa tu pede o segurança que eu vou deixar aqui na porta pra me chamar. Fé mina! - Falei e já fui saindo pela porta. Maria Clara: Eu sabia que você iria ficar assim, por isso eu não queria falar. Mas fica tranquilo, eu me olho da mesma forma que você, sinto nojo de mim igual. - Disse meio que gritando pela porta. Terror: Tá malucona? Não tô te olhando de jeito nenhum e já disse pra você que nessa p***a toda, você é uma vítima e o cuzão é ele. Eu só realmente preciso ir mesmo pra resolver umas questões na boca, fica tranquila. - Falei voltando pra porta onde ela estava. Maria Clara: Tudo bem. - Disse indiferente. Terror: Só me responde uma parada, você é virgem? - Perguntei no impulso e já me arrependo da pergunta. Maria Clara: Sim, como eu disse. Ele nunca conseguiu consumir o ato! Mas qual a relevância disso? - Perguntou incrédula. Terror: Porque eu iria caçar ele agora até o inferno, isso é algo que você tem que perder quando se sentir pronta e com alguém que escolher, não um e********r de merda vir tirar de você a força. Vou lá, qualquer parada você manda me chamar ou anota meu número aí. - Falei soltando o ar que eu nem sabia que estava prendendo. Maria Clara: Eu não tenho celular. Mas fica tranquilo, vou ficar bem, quem já morou no inferno, isso aqui é um luxo. - Disse sarcástica e entrou fechando a porta. - Preferi não responder e sai de lá com a cabeça pegando fogo. Fui pra casa, peguei um iPhone que tenho aqui na caixa, vivo trocando de celular, celular comigo é como se fosse descartável, não dura. Toda hora quebro a tela e os c*****o, espírito do destruidor que eu tenho. Mandei um vapor entregar lá com um chip que já anotei aqui o número pra chamar ela.
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