Maria Clara Narrando
- Estava sentindo muita fome, então optei por fazer algo mais rápido e prático. Já coloquei o feijão na pressão, odeio comer sem feijão, se eu comer sem feijão, fico com fome depois de meia hora, é surreal. Fiz um arroz fresquinho e cheio de alho, bife temperadinho, batata frita e a salada pra disfarçar os pratos de pedreiro hahahahah.
- Cozinhar nessa cozinha é um sonho, aqui tem de tudo, até triturador de alho, que tomei uma surra pra achar como se usa. Tudo novo, tudo lindo e chique, af. A dona de casa que habita em mim, está realizada nesse momento.
- O bonito ficou jogando vídeo game lá na sala, até que o Cel dele tocou e eu fiz de tudo para não escutar mas estava meio que impossível. Possivelmente era uma mulher, pois ele estava falando monossílabico e meio que cochichando. Terminei a comida, coloquei tudo na mesa. Fui até a sala e avisei que a comida estava pronta, voltei colocando o meu prato e ele que faça o dele. Comecei a comer em silêncio, até que ele chega na cozinha.
Terror: Porque tu não colocou a minha comida, sua mandada? - Falou me olhando puto.
Maria Clara: Não sabia que essa era minha função. - Disse indiferente.
Terror: Não é, to zoando. Ta estressada porque? - Falou me olhando e apoiando os braços na mesa.
Maria Clara: Quando estou com fome, fico assim. Deixa eu comer que é melhor. - Disse e ele foi colocar a comida, sem dar um pio.
- Agora tu ver, que homem folgado. Não tenho obrigação de colocar a comida dele, depois que questionei se era minha função, ele desconversa dizendo que está brincando. Fiquei chateada mesmo, não temos nada e nunca vamos ter, ele tem me ajudado e o que ele fez e faz por mim, nunca vou conseguir retribuir. Mas estou aqui, fazendo comida pra nós, ele atende uma de suas mulheres, vai encher o cu da comida que eu fiz, depois vai pra rua se esvaziar, é f**a. Só tinha que ter o mínimo de respeito né, mas o que esperar desses caras, não tem o que esperar.
- Ele sentou na mesa e eu já fui levantando, já tinha acabado mesmo. Lavei tudo o que sujei e subi para o meu quarto, ele não falou nada e eu o mesmo. Resolvi tomar um banho e me arrumar pra comer um açaí, dentro do morro posso andar, preciso me arrumar, me sentir viva, com a autoestima elevada. Tomei um banho maneiro, com direito a tudo. Já sai do banho me enxugando e me sentindo melhor também, não tem o porquê de me sentir m*l, a casa é dele, a comida é dele, tudo é dele hahahah, só fiz mesmo e ele não me deve nada, não posso ficar criando neurose aonde realmente não tem.
- Coloquei uma calcinha de renda branca, um short jeans cós alto e um cropped azul bebê de alça fina. Achei simples mas, ficou tão lindo no meu corpo. Aos poucos estou voltando para o meu corpo e peso ideal, ainda bem. Estava definhando em vida, Deus me livre. Penteie meu cabelo, ele está enorme, mas os cachos do ondulado tá deixando ele bastante volumoso e eu estou amando. Fiz uma maquiagem bem rápida, só pra dar uma vida no rosto, passei hidratante, perfume, coloquei um brinco pequeno, um cordão e um relógio do kit que comprei. Olhei no espelho e pela primeira vez em muito tempo, estou me sentindo linda.
- Organizei a bagunça do quarto antes de sair, peguei meu celular e fui descendo as escadas. O terror já não estava aqui em baixo, não tem condições de sair sem avisá-lo, e seria ridículo da minha parte. Então subi as escadas e bati na porta do quarto dele. Que demorou, mas me atendeu e de toalha, vai se f***r cara, que homem ridículo, nojento, gostoso e lindo.
Terror: Qual foi? - Falou secando o cabelo com uma outra toalha.
Maria Clara: Vou lá na rua comer um açaí, só estou avisando mesmo. - Disse quase gaguejando, mas mantive a postura.
Terror: Já é, quando tu chegar. Talvez eu não esteja em casa, mas qualquer coisa tu bate o rádio. - Falou.
Maria Clara: Não tenho rádio, mas qualquer coisa te mando mensagem sim. Tenha uma excelente noite, aproveita. - Disse e pesquei o olho pra ele.
- Desci as escadas bufando, parece que ele tá querendo me irritar ou sei lá o que. Ou estou ficando maluca!