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964 Words
Maria Clara Narrando - Essa casa é muito grande, e está um pouco suja, acredito que está vazia a algum tempo. Fiquei surpresa com o celular, não esperava, mas vai ser bom pra poder me distrair e voltar ao mundo normal, já que durante meses não sabia o que é isso. Quando ele me chamou, fiquei surpresa por ele ter meu número, mas depois liguei os fatos, se ele me deu celular e o chip, ele pegou o número. - Não tenho roupas e nada aqui, no banheiro tem até uns itens de higiene, vou tomar um banho e colocar a mesma roupa. Preciso ir no banco resolver essa questão do dinheiro, não dá pra ficar sem minhas coisas, sou mulher e tenho minhas necessidades. Imagine eu fico menstruada? Não sei nem o que fazer, que caos. Aproveitei que estou sem como, como sempre e comecei arrumar a casa, de madrugada mesmo. Outra coisa que vou precisar tratar é a questão do sono, não consigo dormir de jeito nenhum porque tenho pesadelos com aquele homem c***l me tocando, sempre achava que ele podia tentar algo, então dormir era impossível pra mim. Meu corpo está exausto, minha mente pede paz, mas mesmo assim não consigo dormir, mesmo sabendo que por hora, estou fora de perigo. Nem comer eu como direito e olha que eu era uma faminta, chega a ser louco em pensar em como minha vida mudou tantos de uns tempos pra cá, mas tenho sobrevivo. - Arrumei a casa toda, troquei lençol e tudo. A casa está impecável, tomei outro banho e fiquei deitada mexendo no celular. Vendo vídeos e memes, o céu já estava claro e eu sem dormir, não tem o que fazer, não consigo dormir mesmo, mas uma hora o cansaço me vence e eu não vejo a hora dele me vencer. Vou acabar ficando doente e eu não quero isso, nao tenho ninguém. - Levantei na expectativa de encontrar um pó de café aqui, tomara que tenha. Eu sou a louca do cafezinho, eu amo. E para minha sorte tinha, nem me atrevi vendo a validade pra não desistir de fazer, passei um café e estava uma delícia, quentinho, forte e no ponto. Tem algumas coisas aqui na cozinha, mas vou precisar fazer uma compra, mesmo que seja mínima, não posso viver de café e vento. - Peguei o celular e vi a hora que estava marcando 6:3Oh, já dava pra escutar o movimento das ruas, a favela acordando bom dia, os cheiros de café subindo e o barulho das crianças indo pra escola. Esse lugar aqui é o paraíso, tem cheiro de vida, cheiro de gente feliz e recomeço. Pelo menos assim espero. - O Terror não me mandou mensagem, então resolvi mandar, até porque preciso muito ir ao banco resolver essa questão e preciso da autorização dele, já que ele me deu abrigo. Não posso sair de maluca. Não quero dar motivos pra esse homem me por pra fora daqui e eu cair nas mãos daquele cão novamente. - Queria tanto descobrir que dívida é essa do meu pai, tento imaginar mas impossível. Meu pai era um homem muito correto, nunca foi metido com nada, essa conta não fecha pra mim. Só se eu não conhecia meu pai, mas acho impossível. Ou alguém armou pra ele, tem essa possibilidade também. Mas de qualquer forma, nada justifica esse psicopata me pegar como forma de pagamento, é algo surreal, parece coisa de novela, mas não. É a p***a da minha vida! - Tomei um banho pra espantar o cansaço, já que eu não consigo dormir e os meus olhos só ficam pesados. Depois de tomar um banho, mandei mensagem pro Terror no w******p. - w******p On. Maria Clara: Oi, bom dia. Preciso ir ao banco, tenho que comprar algumas coisas pra cá e itens pessoais. Terror: Bom dia, mina. Qual foi que tá acordada essa hora? Vou resolver essa parada. Maria Clara: Não dormi, tá bom. Obrigada! Terror: Que doideira. - w******p Of. - Ele tem sido bastante legal comigo e eu nem esperava isso de pessoas como ele, a experiência que tive com quem é do movimento não foi muito boa, mas acredito que independente de ser do movimento ou não, o que te faz é o caráter. Ferrugem não tem caráter, isso não quer dizer que todos sejam assim. Não gosto de ficar falando sobre ele que me corre um arrepio na espinha, e vem à memória de tudo que passei na mão daquele i*****l. - Resolvi capinar o quintal já que não tenho nada pra fazer, até tô gostando de ficar no celular, mas não tem nada pra fazer além de ficar vendo a vida dos famosos, sinto uma falta enorme da minha vida de antes e principalmente do meu paizinho que foi meu alicerce durante muito tempo. É horrível se sentir sozinho e não só se sentir, ter a certeza de que é sozinho. Sou eu e eu nessa vida e vai ser assim pra sempre, a vida tem sido injusta comigo mas vou dar a volta por cima e vencer, isso vai ser um pedido de desculpas pra mim mesma. - Não sou de me vitimizar, mas acho que nunca imaginei passar por tudo isso e da forma que foi, mas uma hora essa tempsstade passa, enquanto isso vou dançando na chuva. - desci e peguei a inchada, algumas sacolas que achei, uma vassoura e a pá. Coloquei a música fashion do Orochi, amo essa música. Por mais que eu não seja nada sexy hahahahah e comecei os trabalhos, agora me chamem de Grizelda Pereirão, faço tudo, comigo não tem tempo r**m. - Quando tudo isso passar, vou vender algumas coisas na praia, botar tudo em prática que estava nos planos antes disso acontecer.
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