- Nos dividimos em cinco carros, falei mesmo o crucial pra eles, não gosto muito de conversas, só não quero erros, e se tiver, quem errou vai pagar com a vida. Fomos em comboio em direção ao Jorge Turco, não é um trajeto rápido, é sentido contrário, então fica maior contramão chegar lá, mas não tenho pressa alguma, sei que de hoje não passa. GB foi no carro comigo, com o Fael e Dogão, deixei o morro em alerta e na visão do Tevez, não sei o que pode acontecer, então tenho que me precaver.
- Depois de quase uma hora chegamos, não quis correr muito pra não chamar atenção na pista, pra não ter mais um confronto e chamar atenção dos cana pra nenhum dos dois morros. Tem coisas que a gente tem que fazer com cautela e precisão, se não dá merda. Nossos vapores já pegaram a visão do que viemos fazer aqui, menos uma coisa que eu preciso abrir a boca pra falar.
- Encostamos na rua de trás do mercado, que dá entrada pro morro na parte da mata. Aqui é muito fácil de entrar, eles são literalmente cercados pela pista, por isso vida e mexe morre gente aqui, se não tiver disposição, entra na bala firme.
- Nos posicionamos e fomos entrando, não demorou muito pra eles percebem e começou o confronto, os fogos tomaram o céu e o barulho de diversos calibres cantando, fomos avançando e subindo, quem brotava na minha reta, eu mirava só no coco.
Terror: Vamos se dividir c*****o, não quero que ele saia daqui. - Falei mirando na cabeça de um doidão que foi pro meio da rua.
GB: Vão se separando que eu vou dar cobertura. - Disse andando na frente de nós.
- Fomos avançando e já estávamos quase na metade do morro, eles literalmente são muito fracos, se eu vi dez fuzis aqui foi muito. O cara não investe no principal que é armamentos pra proteger o seu próprio morro, quando penso que já vi de tudo, esse cuzão vem e me mostra que eu não vi foi nada.
- Não curto a ideia de falar que quem se render não vai morrer, até porque quando tu tá de cara com a morte, aceita qualquer coisa pra não morrer. Aí depois tu cria uma cobra pra te morder lá na frente, então comigo não tem essa, vai morrer todo mundo e f**a-se. A vida do crime é essa, se não aguenta, não entra, ou faz uma escolha contundente. Quem fecha com vacilão, vacilão é.
- Chegamos quase na boca principal e bala voando, passou um carro vermelho varado, descendo sentido contrário nós. E eu tenho quase certeza que é esse filho da p**a tentando fugir, larguei o aço pra cima do carro, que cantou pneu e bateu em uma árvore, fui correndo até o carro, o filho da p**a saiu do mesmo, mandando tiro pra cima de mim e ao mesmo tempo correndo, continuei largando o aço pra cima dele, que pulou em um muro que dá no matagal e sumiu da minha vista, desgraçado.
- Eu sabia que ele iria tentar fugir, esse desgraçado, rato é assim mesmo, não sustenta, um covarde do c*****o. Nem pra defender o próprio morro, esse miserável serve. Digno de pena, o que é dele tá guardado, na melhor ele vai sentar no colo do capeta com o garfo enfiado no cu que eu mesmo vou enfiar.
- Tinha mais alguns vapores dos dele que nós terminou de matar, uns fugiu e o morro é nosso, vencemos a invasão mas não com o prêmio em mãos, a cabeça dele eu vou arrancar ainda, isso é certo, como um mais um são dois.
Terror: O morro é nosso, p***a. - Falei dando tiros pro alto.
- Fomos andando pelo morro, apareceu alguns fogueteiros pedindo misericórdia, pra não morrer e eu fiquei pensando bem, já que ele não está aqui, vou fazer ele vir até mim.
Terror: Me levem na casa desse arrombado se não quiserem morrer. - Falei autoritário.
Vapores: Eu levo chefe. - Disse quase chorando.
- To dizendo que são tudo cuzão, na hora que estavam mandando tiro pra cima de nós eram os brabos, agora fica implorando pra não morrer, não fode. Não sustenta a bronca.
- Fomos andando mesmo, armados até os dentes, até porque eles podem sim ter armado uma Tróia pra nós e eu não sou de bobeira, já estou calejado nessa vida do crime.
- Chegamos até a porta da casa desse cuzão que parece mais uma espelunca, nunca vou entender esses bandidos Zé ruela que ostenta na rua, enquanto a casa cai aos pedaços, primeiro é meu conforto e minha casa, depois vem p*****a, luxo e ostentação.
- Dei um tiro no portão que abriu na hora e fui entrando junto com os vapores, dei uma olhada em tudo, filmei quebrando a p***a toda, agora vou mandar pra esse cuzão. Baguncei a p***a toda mesmo, quebrei tudo e vou atacar fogo, mandei uns vapores irem atrás de gasolina, já estava indo pro lado de fora quando ouvi um barulho vindo lá de cima.
- Já fui correndo pro andar de cima, com o GB, Fael e Dogão, já subi com o fuzil em punho, quem tentar vai ficar fudido.
- Tinha duas portas, arrombei a primeira e não tinha nada nem ninguém, saímos e fui para a próxima porta e quando arrombei uma menina começou a gritar desperadamente, totalmente desestabilizada, ela se encolhia e tampava o rosto com os braços.
Xxxx: Não me machuca Ferrugem, por favor. - Disse repetindo isso incontáveis vezes.
Terror: Ei mina, não é o ferrugem que tá aqui. Fica suave, olha pra mim. - Falei me abaixando pra ficar na mesma altura que ela, na mesma hora ela me olhou.
Xxxx: ME TIRA DAQUI, PELO AMOR DE DEUS, EU TE IMPLORO. - disse me segurando pela camisa.
Terror: Calma, me explica o que tá pegando? Eu não estou entendendo nada.
Xxxx: Ele me tem aqui em cárcere privado, contra minha própria vontade, só me tira daqui por favor. Eu juro que depois de pago o valor que quiser, só me ajuda, se não vou viver o resto da minha vida trancafiada aqui. - Disse chorando entre soluços e o ódio tomou conta de mim.
- Sem dizer nada, peguei ela pelas mãos e fui descendo, esse cara foi longe demais, tudo bem que ele é um cara totalmente s*******o e vacilão, mas manter alguém na casa dele em cárcere privado e conta a própria vontade da pessoa é o cúmulo pra mim, isso ultrapassa qualquer barreira da sanidade, esse cara é psicopata. Não quero nem pensar o que essa mina já passou na mão dele.