Prazer

2

Quando acordei a primeira coisa que senti foi minha cabeça rodar e latejar, levantei com dificuldade da cama para procurar um remédio. -Finalmente acordou. Cat entrou no quarto e estava usando um conjunto de moletom meu e eu fiquei procurando na memória o que aconteceu ontem depois que comecei a beber. -Dormimos juntas ontem, Cat? - Aceitei o remédio que ela me estendeu com um copo d'água. - Não seria a primeira vez, não é? - Ela sorriu e eu dei de ombros. - Mas não se preocupe não aconteceu nada demais. Você só estava muito m*l e o Rodrigo também não estava nada sóbrio, ele está dormindo no quarto de hóspedes e eu preferi dormir aqui com você. - Eu vou matar o Rodrigo por me fazer beber tanto ontem. Que ressaca. - Massageie minhas temporas e Cat riu sabendo que eu não iria fazer nada com o Rodrigo. Já era mais de três horas da tarde, quando Rodrigo acordou, eu ri por ele está pior que eu. Cat lhe ofereceu um remédio também e eu já estava pronta para ir embora já que a noite ela teria que está em uma outra cidade para tocar. -Saudades de ouvir vocês duas transando. - Rodrigo comentou quando Cat foi embora e eu dei um tapa no seu braço. - Deixa de ser tarado, Rodrigo. -Não tenho culpa se minha imaginação é fértil. Rodrigo era um descarado, as maiores roubas que eu já me meti foram com ele e me lembro bem da vez que ele organizou uma festinha em uma das suítes máster do nosso motel mais luxuoso, naquele dia eu tinha acabado de conhecer a Cat. Era a festa do baile das marinheiras, como éramos um patrocinandores do evento ficamos no camarote e tínhamos acessos aos artistas que iam se apresentar. Eu sempre gostei daquela festa, a Cat se apresentou e eu não pode deixar de reparar na sua beleza, sorriso e carisma com o público, Rodrigo tinha uma amiga em comum com a Cat e as convidou para uma festinha que íamos dar depois do baile. Conversar com a Cat era muito fácil e naquela noite acabamos transando com a Cat e nos aproximando tanto ao ponto de namoramos, mas as coisas não deram certo. Cada uma estava focada na carreira e achamos melhor termos uma amizade com benefícios. -Pri lembra que conversamos sobre a compra daquele terreno no centro? - Claro! Aquele que vamos construir o novo motel de luxo.- Comentei animada. - Esse mesmo. Então eu consegui o contato do dono e quero conversar com você sobre a proposta que vamos fazer pelo terreno. Amanhã uma representante dele vai até a empresa para ver isso. Nem eu nem o Rô tínhamos ânimos de sair para curti, a ressaca nós derrubou e preferimos assistir um filme depois que fechamos a nossa proposta para a compra do terreno. Eu estava na empresa esperando pelo representa do dono do terreno quando Laura, minha secretária me avisou que a pessoa já estava esperando para falar comigo, pedi então que ela pedisse para o Rodrigo vir aqui na minha sala. Eu estava distraída olhando alguns documentos, quando a porta foi aberta e eu olhei para a pessoa que entrava. Eu imaginava que o representante fosse um homem, mas fui subindo a vista lentamente quando percebi que era uma mulher. Seu saltos ecoavam pela sala e ela foi se aproximando da minha mesa na medida que eu fui analisando seu corpo, até chegar no rosto da mulher misteriosa que eu tinha visto na festa. -Você…. - Deixei a frase morrer e ele me encarava com a mesma intensidade, mas agora com um sorriso que me fez perder o ar. - Oi, prazer. Sou Nathalie Smith. - A mulher a minha frente estende a mão e eu obrigo o meu corpo a reagir para lhe cumprimentar. Acabo saindo detrás da minha mesa e indo até a senhorita Smith e a cumprimento com dois beijos na bochecha, e claro que demorei tempo suficiente para inalar seu perfume. - O prazer é meu. - Sussurro perto da sua orelha e me afasto quando ouço Rodrigo abrir a porta. - Que bom que cheguei a tempo das apresentações. - Rodrigo cumprimenta a moça e eu volto ao meu lugar pedindo que todos se sentassem. Natalie Smith era corretora de imóveis e estava responsável pelo terreno que tínhamos interesse, como o destino pode ser generoso em me fazer encontrar a mulher que me hipnotizou com apenas um olhar. -Eu passarei a proposta para o meu cliente e entrarei em contato com você senhorita Pugliese. - Natalie me encarava como se estivéssemos a sós naquela sala e Rodrigo percebeu que o clima entre nós tinha uma grande tensão. - Neste caso, melhor que entre em contato por meu número pessoal. - Lhe entreguei o meu cartão e Natalie sorrio o analisando, logo depois deu uma batidinha no cartão e o guardou na bolsa. - Até breve senhorita Pugliese. Natalie saiu da minha sala e eu ainda estava sentindo meu corpo estranho, lembrei de respirar e Rodrigo se levantou para imitar a moça saindo e eu joguei uma caneta nele. -Eu já shippo demais. - Eu também. - Falei sem perceber e ele me olhou rápido.

- Você ainda se apaixonando rápido demais. Cadê aquele interesse todo pela garota da festa? -Você não vai acreditar, mas ela é a garota da festa. - Falei e mordi o lábio ao lembrar do quão linda a minha garota misteriosa, que agora atendia por Natalie Smith, estava na festa. - Não. Para tudo! - Rodrigo levou as mãos a boca e eu ri da sua reação. - Nossa ela é gostosa pra c*****o. - Elogiou batendo palmas. Eu fechei a cara na hora. - Já está até com ciúmes?

#Natalie

Eu saí da sala da presidência da " Prazer, Pugliese" com as pernas bambas. Que mulher era aquela, senhor? Eu tinha um trabalho a fazer, e por mais que seduzir Priscilla Pugliese fizesse parte do plano eu não esperava que ela me afetasse tanto assim. -Está tudo bem com a senhorita? Precisa de uma água ou alguma coisa? - A secretaria de Priscilla me olhava com atenção e eu apenas neguei com a cabeça e sorri saindo dali. Meu telefone tocou e eu atendi quando já estava no carro. Precisava ser o mais discreta possível para que tudo saísse como o planejado. -Alô! - Falei e a pessoa do outro lado da linha logo perguntou como as coisas estavam caminhando. - Está tudo saindo como o planejado. Logo saberemos até onde a nova presidente está envolvida no esquema. - Ouvi algumas instruções de como proceder e logo desliguei pegando o número da Priscilla e registrando no meu telefone. Minha vontade era de ligar agora mesmo e ouvir sua voz, mas eu tinha que deixar ela esperando um contato por mais algum tempo. A primeira vez que vi a foto da Priscilla no meio dos arquivos que me enviaram eu não conseguia ver ela participando de toda a sujeira que o pai estava envolvido, e quando eu a vi pessoalmente na festa algo nela me dizia que ela não era assim, que ela tinha um bom coração, e eu queria muito acreditar na minha intuição e no fim disso tudo eu não tivesse que ver a Priscilla tendo o mesmo fim que o pai teria. Por falar na festa, eu tinha que investigar até que ponto Catarina Alexandre ainda fazia parte da vida amorosa da Priscilla, ela poderia estragar meus planos de aproximação, pelo que tinha no dossiê da Priscilla elas namoraram por um tempo e terminaram, mas continuavam a se ver sem compromisso. Me assustei com algumas batidas na janela do meu carro, olhei para ver quem era e me surpreendi ao ver Priscilla sorrindo e mostrando minha pasta. -Que cabeça a minha. - Falei assim que abaixei o vidro. - Obrigada, senhorita Pugliese. -Pode me chamar só de Priscilla. Eu gostaria de saber se… - Priscilla mexe no cabelo para disfarçar o nervosismo. - Será que poderíamos tomar um alguma coisa qualquer dia desses? Ela me encarava com espectativa e eu fiquei surpresa com a sua abordagem. Bem que ela parecia mesmo uma mulher de atitude, o que só piorava minha situação, mas contribuía com o meu plano. -Se eu estiver invadindo o seu espaço é só me dizer. - Priscilla fala e então em percebo que ela estava abaixada próximo a minha janela fazendo com que seu rosto ficasse a centímetros do meu rosto. -Eu estou livre hoje. -Consegui falar depois de lutar para não olhar para os seus lábios. -Perfeito! - Priscilla sorri igual criança e eu não consigo enxergar nela a pessoa sem

escrúpulos que eu tinha em mente. - onde posso lhe buscar? - Me manda mensagem para saber eu saber o lugar e te encontro lá. - Lhe entreguei o meu cartão e pisquei dando a partida no carro.