Percebi que falta de sexo em minha vida era muito remota quando só daquele homem me olhar sentir um impulso s****l me alarmar derrepente,mas vamos combinar que,olha o sérvio que me aparece também!
Pego em sua mão quente e suada,uma mão forte e pesada.
Imagina o estrago!
A mesinha do barriga de chopp era feia,surrada e fedia a cigarros baratos da lojinha da esquina,apessar da casa de show ser bem conhecida e boa de situação,não diria a mesma coisa da sala do barriga de chopp,a cadeira? Só sentei desta vez por que quem estava na minha frente era bem mais intimidador que o barba azul lá do lado de fora.
-сауађ тпфпд!-(Saiam os dois!)
Não falo nem bem o inglês digasse de passagem,mas entendi pelo gesto para os dois brutamontes de terno caírem fora,suspiro cruzando minhas pernas.
Andrew direciona sua atenção para mim e pegando do bolso da sua camisa amassada um cigarro acende e fico esperando a boa vontade do bonitão de desembocar logo a conversa.
-Afinal o que o senhor quer?-Jogo a pergunta sem se importar dele ser meu patrão,o barriga de chopp havia dito que receberia os parabéns,mas estou vendo que ai tem coisa.
-Gosta daqui?
Reviro os olhos,agora isso tava mais para uma entrevista.
-Sim,não faço meu trabalho apenas por dinheiro,isso eu conseguiria em qualquer emprego de entretenimento.
-Atrevida.__ Ele comenta analisando bem as fissuras do meu rosto e dou um pequeno sorriso,sentia que aquelas minhas respostas ríspidas e abreciadas não me levariam a lugar algum.
-Obrigado.__ Respondi.
Derrepente ele já estava de pé outra vez, que homem inquieto.
Caminhou lentamente em um maior mistério de filme antigo que eu estava tentando tolerar e encostou sua b***a,que não vou mentir era bonita só de olhar,na mesa surrada e começou balançar seus dedos no batente da mesa e me fitou por um tempo entediante.
-Então,qual é a boa? Vai me dar meus parabéns por ser a dançarina exemplar ou posso voltar ao meu trabalho? Tempo é dinheiro.
Seu sorriso é impatico,e giro os olhos suspirando.
-Júlia Rodrigues,23 anos,uma bela mulher eu diria e...
-Dançarina da sua.casa de shows e ainda vivo em um apartamento minúsculo suportando um cobrador de aluguel insuportável e agora um chefinho que está falando minha ficha como se fosse puxar todos os meus crimes a limpo.
O cheiro do cigarro já começava me afogar, mas a maneira como a fumaça subia para seu rosto e seus olhos se destacavam na neblina cinza era marcante, admito.
-Sabe que o assasino da sua tia sou eu, certo?
Solto batidas cardíacas disparadas me recordando da pior noite da minha vida,a noite em que a única pessoa que me ajudava a sobreviver e que me apoiou saiu no meio da chuva de uma boate e em poucos segundos foi atropelada por um carro preto,de capô baixo e vidraças muito escuras,só o barulho dela sendo jogadas a milhares de gotas d'água para longe de mim ainda é inexplicável!
Fecho meus olhos bem forte movendo forte o ar para meus pulmões,quase cinco anos que isso ocorreu e sei o quanto doía ainda.
Abro novamente quando sua mão que até pouco tempo era motivo de alguns pequenos pensamentos sensuais agarrar meu rosto pelo meu maxilar e me faz olha-lo com urgência,até então para mim respostas desaforadas era brincar com um homem atraente,agora era saber com que gatilho eu tava atirando e em quem eu estava mirando.
-Quem é você?-Pergunto sentindo meus olhos arderem em lágrimas de ódio.
-O homem que naquela mesma noite deveria ter parado o carro e socorrido sua tia,onde estaria Brunna agora? E tudo isso por minha culpa.
-Você só pode estar me tirando...-Andrew aperta a ponta do seus dedos em minha pele da bochecha me fazendo ficar calada.
-Acha que estou brincando garota? Quem diria que encontraria a suposta testemunha na minha casa de shows.
-Eu te fiz uma pergunta e sua resposta foi incompleta.-Falo deixando uma lágrima escorrer entre seus dedos e por um momento ele hesita seu olhar intimidador olhando para a gota fria em sua pele.-Quem é você?!
Seus olhos de fogo me voltam a atenção e sua respiração fica bem mais próxima da minha.
-Sabe todas essas garotas? Faço tráfico de mulheres,da Sérvia para o Brasil e assim visse e versa,você chama bastante a atenção por ser a única que está aqui por conta própria,eu sou um monstro Júlia,e infelizmente tomarei algumas medidas em relação a você.
-O que você quer comigo?
Ele suspira jogando o seu cigarro no chão,cospindo bem porco o embrulho de tabaco,e volta me encarar sério mas ameniza sua expressão com um sorriso de leve.
-Vou tirar você da sua vidinha comunitária e a partir de hoje será minha! Ou seja,eu posso fazer a p***a toda que eu quiser,e acho bom não falar nada atrevidinha,pois te mando pra Sérvia em um piscar de olhos!
Engulo seco sentindo ele me soltar com violência.
-Não sou a merda de uma cachorra!-Respondo autoritária me levantando da cadeira e ele de costas para mim para e sua sombra me envolve.
-Você é o que eu quiser que seja Júlia,ah! E onde estam meus modos?! Seja bem vinda a família Kovac!
Ele diz as últimas palavras entendendo seus braços bem abertos virando-se para mim com um sorriso malicioso.
Obrigado pela leitura!