Qual é o meu segredo?

1709 Words
FLÁVIA Alguns dias depois... Sem perceber, enquanto dirigia eu toquei em meus lábios me lembrando daquela noite, quando percebi, voltei a na direção. — Tá louca, Flávia? Pensando no Dimitri?! Para onde foi o seu juízo? Pra casa do c*****o? Só pode. Arg! Agora estou falando sozinha. Aquele amasso atrás do bar me deixou com gosto de quero mais, mas ainda não tenho a minha resposta, o que eu tenho é medo mesmo. Estava viajando por outra cidade. Eu estou vivendo igual turista. Não tô achando r**m não. Tô torrando a grana dos meus exploradores, digo, pais. Já ameaçaram de bloquear os cartões, então já transferi uma grana preta para minha conta e eles que lutem. Falaram m*l de mim, me usaram, agora me aturem. O banco traseiro do meu carro está com 5 sacolas de roupas, bolsas e sapatos da Prata, Armani, Gucci e Channel. Eu vou procurar os eventos próprios para posar com elas e postar no grupo da família. Não sei o que deu em mim, mas estou com sede de causar. Tive que diminuir a velocidade do meu carro por conta de uma blitz que tinha ali mais a frente. Quando cheguei bem perto, passei bem devagar e ao que parece um carro estava com o pneu baixo e tinha outro carro comum, um carro da polícia, o tio Giuseppe... O tio Giuseppe? Pisei no freio e depois voltei de ré. Parei ali na linha de visão dele e abaixei os vidros do carro. — TIO GIUSEPPE! O que aconteceu? Não passou no teste do bafômetro? Ele olhou para o meu carro junto com os policiais. — Flávia? — Quem é ela? — o policial perguntou. — É a minha sobrinha. — ele veio até o meu carro. — O que faz nessa cidade? — Seu primogênito quer f***r com a minha vida. Aproveitei o motivo para turistar um pouco. O que tá rolando? Estava acima do limite de velocidade? — O meu carro quebrou e do nada os carros que estavam passando pararam para ver o que era. Até o carro da polícia. Estamos esperando o reboque. — Quer uma carona? — me senti obrigada a oferecer. Vai que depois de uma conversa ele convence o maluco do Thomas a desistir de me usar em sua vingança? — Claro. — ele se virou para os policiais e conversou com eles, depois foi até seu carro, tirou algumas coisas e eu fui obrigada a sair também para abrir o porta-malas e colocar as coisas dele lá dentro. — Eu não sei quando vão me entregar ou o que vão fazer com meu carro, então é melhor não deixar minhas coisas. — ele explicou fechando o porta-malas e cada um foi por um lado do carro, eu entrei atrás do volante e ele agradeceu aos policiais e entrou no carro também. — Por que está viajando? — coloquei o cinto e depois liguei o carro. — Percebe-se que você anda bem desatualizada da família, mas atacaram a minha casa e quase me mataram. Eu preciso descobrir quem fez isso. — Eu soube. — dirigi atenta. — Mas a resposta não é fácil? Os Callalto não são os únicos inimigos desta família? — Parece que não. Isso não é obra dos Callalto. Eles são baixos, mas não tão selvagens. — Primeiro a casa do Thomas, agora a sua casa. Ainda bem que eu não estou morando em casa nenhuma. — comentei aliviada. — Esse é o meu medo. Quem pode ser o próximo? Por isso quero descobrir quem é. Não acredito que seja obra dos Callalto, mas que seja por conta deles. — E o que o senhor pretende? Pegar um Callalto? — perguntei rindo. Não pode ser. E se ele quiser usar o mesmo plano que o Thomas? Eu estou no lugar errado e na hora errada. Flávia de sorte. — Flávia, você não sabe de tudo. Não sabe de toda história. Nem da família e nem... — ele olhou para mim e fez uma longa pausa, depois voltou a olhar para frente como se tivesse engolido o fim da frase. — Nem? Nem o que? Hein? — Nada, Flávia. Deixa isso quieto. — Começou termina, né? Eu fico morrendo de curiosidade com essas coisas. Foi assim que fiquei quando a Olívia não me contou que estava grávida. — Me diz, você anda mesmo viajando de um canto pra outro por causa do Thomas? Pronto. Trocou de assunto. — Mais ou menos. Eu não tenho medo do seu filho. Se ele vier pra cima de mim será mais um finado na família, mas eu não quero também ele perturbando a minha paz. Ele foi na minha casa na hora que eu tinha saído do banho e me ameaçou com uma arma. Se eu fosse o senhor, como pai, já tinha mandado internar e fazer terapia. A morte da Andreia deixou ele louco e acho que ele está deixando de lado até os filhos pra correr atrás dos Callalto. — Thomas sempre foi um rapaz descontrolado. — Isso não é motivo. O senhor quer justificar que porque ele sempre foi assim não tem como mudar? Até as pedras podem ser moldadas, porque aquele casca dura não toma prumo?! Eita. Filosofei com a analogia aí. Mas o Thomas é uma pedra mesmo. Não tem jeito. — Eu vou falar com ele, mas acredito que os ataques estejam ligados. Eu levantei a suspeita dos Callalto, mas vou investigar mais a fundo. — E o que a gente vai fazer agora? Para onde vamos? — me ajeitei no banco e ele me encarou como se me visse como enxerida. — Eu tô com tempo livre. — O banco de trás falou isso. Já deu tempo de olhar para as minhas compras? — Vamos pra algum hotel ou você resolve essas coisas de noite? É porque estamos no meu carro, né. Tem sua bagagem... A não ser que queira ficar lá no conserto até o carro ficar pronto. — Vamos para um hotel e depois eu pego o meu carro e vou resolver as minhas coisas. Posso também alugar um até que o meu seja consertado. — É perigoso, não é? — Não, Flávia. Não é perigoso, mas você não vai porque os seus pais não gostariam que você fosse. — Meus pais estão cagando para mim. Sabe, tio, eu adoraria matar o cara que mandou matar a Andreia só pra esfregar na cara do seu filho. Assim... Sem ressentimento. Se não foram eles o Thomas vai me deixar em paz. — Os seus pais não gostariam que você fosse comigo. Eu tô muito entendiada. Preciso de uma aventura. — Tá bom. Eu vou dar rolê em outro lugar. Vamos pra um hotel chique. Vou pesquisar no Google qual mais chique dessa cidade. — peguei meu celular. — Você vai mexer no celular enquanto dirige? — Eu sou mulher. — E? — E que é natural das mulheres conseguir fazer duas coisas ao mesmo tempo. — Pois desse jeito você vai conseguir fazer não duas, mas três coisas: dirigir, usar o celular e matar a gente. Deixa pra procurar quando estiver dentro da cidade. Eu deixei o celular quieto. — Já sei pra quem o senso de humor dos seus filhos puxou. Continuei dirigindo e quando entramos na cidade já vimos que ali tinha uns lugares bem alto nível. — Vamos parar neste aí. — ele apontou para um prédio chiquérrimo. — Parece ser um bom hotel. Eu procurei uma vaga para estacionar até que encontrei e depois nós fomos até o hotel para ver se tinha como ficar ali. Assim que entramos o meu tio fez a frente. — Boa noite. Gostaríamos de saber se há quartos disponíveis. — Claro. Quarto para casal? — uma delas perguntou e ambas, eram duas, me encaravam como a sugar baby de plantão. — Ela é minha sobrinha. — ele explicou, assim como eu, achando um absurdo, mas elas ficaram foi enojadas com a correção. Continuavam pensando besteira. — Nós queremos dois quartos. Pode ser dois quartos de casal sim. Eu preciso de espaço para dormir bem. — tomei a frente. — Quero quarto com ar condicionado e se tiver banheira e serviço de quarto eu agradeço. Tem restaurante por aqui? — Sim, senhorita. Temos um restaurante ao lado, mas também temos o restaurante do próprio hotel. — Perfeito. Eu vou no do lado mesmo. — resolvi dar uma de soberba pela falta de bom senso delas no início da conversa. — Vocês tem manobrista? Nossas malas estão no meu carro. — Temos sim, senhorita. — ela sacudiu a cabeça. Meu tio fez o check in e depois entreguei a chave a elas. — Mande eles levarem logo, porque eu preciso das minhas coisas. — Sim, senhorita. Fui atrás do meu tio e pegamos o elevador do hotel. — Você é péssima, Flávia. — É só mais um dia sendo m*l julgada. Já sei como lidar com isso. Ele ficou em silêncio por um tempo e eu também. Subimos uns 4 andares em ouro silêncio. Até que meu tio quebrou. — Ahh... Flávia, imagino que você de pergunte o porquê de tudo isso. Da nossa família com você, mas acho que a resposta está na sua casa. Com seus pais. Pelo visto sua mãe passou uma borracha no passado e seguiu em frente. — O que você quer dizer com isso? — me virei para ele de olhos arregalados de tanta curiosidade. — Não cabe a mim responder as suas perguntas. Mas eu posso dizer que a resposta para tudo é simples, mas pode ser um pouco chocante. — Ah, não, tio! — protestei e as portas do elevador se abriram. Ele saiu e eu fui logo em seguida. — Conta logo. Depois eu procuro meus pais e finjo que nada aconteceu. — Não cabe a mim. — Cabe sim. — É um assunto que não tem como ficar indiferente. Eu não deveria ter tocado nisso, mas também acho que já passou do tempo de você saber tudo. Eu não posso contar, Flávia, porque eu não saberia contar. Isso é coisa da sua mãe e do seu pai. — ele parou numa porta e abriu. Mas que merda. Que segredo é esse sobre mim?
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