LOBO
Porra, essa noite tá me matando. O Tito fora, a casa vazia, e a Soraia... a Soraia tá em todo canto. No cheiro que fica no ar, no silêncio que grita o nome dela, na memória do corpo dela contra o meu. Tô na varanda, fingindo que tô de ronda, mas tô é preso num inferno de desejo e culpa.
Cada minuto que passa, a corda vai esticando mais. Eu me vejo lembrando daquela tarde no quarto, da pele quente dela, dos gemidos que saíam da garganta... Parece que foi ontem e faz uma eternidade. Meu corpo todo fica tenso só de pensar. O p*u fica duro num segundo, latejando dentro da calça, me lembrando que eu sou um homem, p***a, e não uma máquina.
Não dá.
Não tô aguentando ficar aqui fora. Preciso de uma água, preciso me acalmar, mas sei que nada vai adiantar. Quando entro na cozinha, ela tá lá. De costas, pegando um copo. A roupa curta deixa as pernas dela à mostra, e aquela cena me dá um frio na barriga e um calor no p*u ao mesmo tempo.
Ela vira e me vê.
Os olhos arregalam um pouco, mas não é de susto. É de reconhecimento. A gente fica se encarando, e o ar fica pesado, difícil de respirar.
— Tudo tranquilo? — ela pergunta, e a voz tá tão carregada que parece um convite.
— Tudo — eu respondo, e a voz sai mais rouca do que eu queria, traindo a fome que tô sentindo.
A gente fica parado, se medindo com o olhar. É como se tivesse um campo de força entre a gente, puxando, puxando... Eu vejo a confusão no rosto dela, a mesma que tá rolando dentro de mim. Ela quer, eu quero, mas a gente sabe que é errado, que é perigoso, que é uma merda completa.
— Lobo... — ela fala meu nome, e é como se ela tivesse tocado num botão.
— Soraia, a gente não devia... — eu tento, fraco, sabendo que é inútil. A vontade já tá maior que a razão.
— Eu sei. — ela corta, e tem uma resignação na voz, como se já tivesse aceitado o destino.
Ela dá um passo.
Eu dou outro.
Agora a gente tá tão perto que eu sinto o calor do corpo dela, o cheiro dela, aquele cheiro doce e meio amadeirado que me deixa louco. Ela levanta a mão, devagar, e toca meu rosto. A mão dela é macia, um contraste com a pele áspera da minha barba.
O toque é leve, mas me queima.
Fecho os olhos e um gemido escapa, baixo, involuntário.
É um misto de prazer e agonia.
— Porra... — eu sussurro, e é o aviso de que a resistência acabou.
Aí, a gente se encontra.
O beijo não tem nada de delicado. É um desabafo, um desespero. A boca dela é quente, macia, e eu devoro, querendo sentir o gosto dela até no fundo da alma. As minhas mãos se enterram no cabelo dela, puxam, e ela grita dentro da minha boca, respondendo com a mesma urgência.
É inevitável.
A gente já tava no limite, e agora a gente tá se jogando no abismo, e por um instante, a queda é a única coisa que importa.
Eu empurro ela contra a parede, o corpo todo colado. Sinto os s***s dela contra meu peito, a curva do quadril sob a camiseta fina. E o pau... o p*u tá tão duro que dói, pressionando contra a barriga dela. Ela arqueia, esfregando o corpo no meu, e isso me deixa ainda mais louco.
— Tira essa roupa, agora — eu rosnô no ouvido dela, enquanto minhas mãos agarram a camiseta e puxam pra cima, com uma urgência que quase rasga o tecido.
Ela não perde tempo.
As mãos dela vão pros botões da minha camisa, abrindo, puxando, até a camisa cair no chão. A gente fica pelado no meio da cozinha, a luz fraca iluminando nossos corpos, as sombras dançando na pele. Eu baixo a cabeça e tomo um seio na boca. É redondo, firme. Chupo com força, mordo o mamilo, e ela geme, os dedos se enterrando nas minhas costas.
— Você não sabe o quanto eu preciso de você — a voz sai de mim, embargada, cheia de uma verdade que eu não queria admitir. Enquanto isso, minha boca desce pelo corpo dela, queimando um caminho de fogo pela pele lisa da barriga.
— Eu sei, Lobo, eu também preciso de você — ela geme, as mãos perdidas no meu cabelo, puxando com força.
De repente, viro ela de costas, inclino ela sobre a mesa da cozinha. A madeira é fria sob as mãos dela. E eu desço. A língua encontra aquele lugar quente, molhado, que já conheço.
Ela solta um gemido alto, as mãos se agarrando à beirada da mesa. Começo a chupar, com fome, com raiva, com desejo. Quero sentir o gosto dela, quero ouvir ela gemer, quero que ela se perca completamente. A língua trabalha rápido, profunda, e eu sinto o corpo dela contraindo, tremendo.
— Vou gozar! — ela grita, e a voz tá cheia de desespero e prazer.
Não paro.
Acelero, foco no c******s dela, e sinto ela explodir, um tremor violento, gemidos altos e contínuos.
É lindo.
É a coisa mais linda e proibida que eu já vi na minha vida toda.
Antes que ela se recupere, eu levanto ela. Ela tá mole, ofegante. Sento na cadeira e coloco ela pra sentar no meu colo. Guio meu p*u pra entrada, e enfio de uma vez. É um aperto quente, perfeito. A gente geme junto, um som úmido e animal.
— Me fode, Lobo — ela pede, já rebolando, tomando conta de casa centímetro do meu p*u.
— Você é tão gostosa, me deixa louco — eu respondo, as mãos firmes no quadril dela, metendo de baixo pra cima, sentindo cada centímetro dela me envolvendo. — Tão apertada... p***a.
A gente cria um ritmo, suando, ofegante, o som das nossas peles se encontrando ecoando na cozinha vazia. De repente, a vontade de dominar, de possuir completamente, fala mais alto. Viro ela, coloco ela de quatro no chão frio. A posição é mais profunda, mais selvagem. Entro por trás, e ela arqueia as costas, uma oferta. Enfio com força, segurando os quadris dela. Ela geme, um som de dor e prazer.
— Toma, sua safada — eu digo, a voz saindo entre os dentes, e minha mão dá um tapa forte na b***a dela, deixando a marca vermelha na pele clara. — Gosta disso, não é?
— Gosto, p***a, não para! — ela grita, o rosto voltado pro chão, o corpo todo tremendo de t***o.
Acelero.
As enfiadas ficam mais rápidas, mais brutais. É como se eu quisesse me fundir com ela, me perder dentro dela. Os gemidos dela me guiam, me deixam mais louco. Sinto o orgasmo dela, as contrações internas que apertam meu p*u, e é a coisa mais gostosa do mundo.
E eu... eu não vou aguentar.
— Vou gozar dentro de você — eu aviso, a voz é um rosnado, uma confissão de derrota e vitória ao mesmo tempo.
— Goza, por favor, me enche — ela implora, e a voz dela, cheia de entrega, é a gota d'água.
Dou uma última enfiada, a mais funda de todas, seguro ela com força contra mim e deixo ir. Um jorro quente, interminável, enquanto eu gemo, um som rouco e aliviado. Sinto ela gozar de novo comigo, tremendo violentamente, gritando meu nome.
A gente desaba no chão, um em cima do outro, o mundo girando. O silêncio volta, mas agora ele tá cheio. Cheio do que a gente fez. Cheio da culpa que já começa a pesar, um fardo pesado no peito.
Nenhum de nós fala.
O que tem pra dizer? Que eu traí a Joana de novo? Que eu me entreguei pra uma mulher que não é ela, mas que me faz sentir vivo de um jeito que eu já não lembrava mais? Que eu tô apaixonado por essa mulher e isso tá me destruindo por dentro?
Depois de um tempo, eu me levantei.
Não olho pra ela.
Não consigo.
Cada marca no corpo dela é uma acusação. Vou pro meu quarto, fecho a porta, e deslizo por ela até o chão. O coração tá doendo, a mente é um caos.
Eu as amo.
A Soraia.
E ao mesmo tempo, amo a Joana.
Quero encontrar a Joana mais que tudo. Como é que eu vou conseguir escolher? Como é que eu vou sair dessa casa e deixar a Soraia pra trás, sabendo o que a gente teve? E pior: sabendo que o Tito vai voltar, e ela vai ficar aqui, presa nesse inferno, e eu vou ter sido só mais um que usou ela e foi embora?
Porra, Bernardo.
Você se meteu numa enrascada sem saída. E o pior é que, no fundo, você não quer sair. Quer ficar preso nesse círculo infinito de desejo e culpa pra sempre. Porque pelo menos, quando você tá com ela, você esquece de tudo. Esquece da dor, do perigo, da missão. E isso é a coisa mais perigosa de todas.
No banheiro, liguei o chuveiro e deixei a água cair. E aí veio o choro.
Quieto, engasgado.
Porra, eu tô apaixonado por ela.
É isso.
Admitir dói, mas é a verdade. Tudo que eu mais quero é ficar com ela, mas ao mesmo tempo... a Joana.
Tenho que encontrar a Joana.
No dia seguinte, tentei agir normal. Cumprimentei ela com um aceno seco, fui fazer minhas rondas. Mas tava dividido como nunca. Cada vez que olhava pra ela, o coração doía. E a missão parecia mais distante.
Foi quando, no escritório do Tito, encontrei uma gaveta secreta trancada.
Estranho.
Eu já vasculhei ali tantas vezes e não vi. A curiosidade e o desespero falaram mais alto. Arrombei com uma faca, quieto.
Dentro, uma pasta.
Nomes, fotos, anotações de negócios sujos. E então vi.
“Joana — resolver pendência, aborto.”
O coração parou.
O sangue gelou nas veias.
“Aborto.”
Ele fez ela abortar? Meu filho? Aquele bebê que ela tava esperando, que a gente ia criar juntos... ele matou?
A raiva subiu tão rápido que eu quase vomitei. Queria matar ele. Agora.
Ouvi passos.
Guardei a pasta na cintura, fechei a gaveta. Quando me virei, o Jacaré tava na porta.
— O que cê tá fazendo aí, Lobo? — ele perguntou, os olhos estreitos.
— O menino acordou com febre — menti, na hora. — Tava procurando o documento dele, pra levar no médico se precisar.
Jacaré riu, seco.
— Esse moleque não tem documento não.
Mas aí a expressão dele mudou.
Ficou séria, como se ele tivesse dito algo que não deveria. Ele sabe que o "Evandro" não é do Tito, não tenho dúvidas.
— Mas se tiver, deve tá com o Tito. — ele disse tentando disfarçar.
Ele me encarou mais um momento, desconfiado, antes de sair. Fiquei lá, com o coração batendo forte, a pasta escondida queimando minha pele. Agora eu tenho uma prova. E um motivo a mais pra acabar com o Tito.