CAPÍTULO DOIS

1015 Words
Assim que os pés de Audrey tocaram o piso do centro ferroviário de Newton, uma sensação boa que há muito tempo não sentia a atingiu, e mesmo que existisse alguns vestígios de receio de ser encontrada, ela sorriu, determinada a ignorar todos os seus receios. Desviando de uma pessoa aqui, outra ali, seus olhos cruzaram com o olhar doce e familiar de uma senhora que beirava seus sessenta anos e segurava uma plaquinha em mãos. Os lábios de Audrey curvaram-se em um sorriso contido, era Nanda — avó de Samanta. A senhora com passos apressados chegou rapidamente até Audrey, e pegando – a de surpresa os braços curtos de Nanda a envolveu em um abraço terno e caloroso. Era estranho estar em seus braços depois de tanto tempo longe de algo relacionado a amor genuíno como aquele. Audrey se sentiu um pouco desconfortável ali, daquela forma tão íntima, com a mulher que apenas conhecia por nome. — Ah, a minha nova neta. — A senhora a afastou do seu corpo e sorriu olhando para cada parte de sua face, como se a estivesse avaliando. — Como você é linda, Audrey. Você vai amar Newton, moro aqui desde a minha juventude. No caminho para a casa de Nanda, Audrey contatou que se tinha algo que a senhora adorava, era conversar, a mesma não ficava em silêncio por um só minuto, o que fez Audrey se sentir m*l em responder apenas com respostas curtas, o que a levou a embarcar na conversa animada com Nanda, que mostrou – se muito empolgada com a ideia de ter alguém em sua casa depois de tanto tempo morando sozinha. Quando o fusca que Nanda dirigia firmemente parou em frente a casa simples, Audrey a avaliou minuciosamente, e não pode deixar de comparar a casa de Nanda com a que viveu uma boa parte de sua vida ao lado do pai. Engolindo seco, reprimindo a sensação angustiante em seu coração, Audrey suspirou voltando a senhora que a fitava com o olhar um tanto que, compreensível. — Samanta não me contou a sua história, querida, mas saiba que estou aqui para qualquer coisa, ok? — Audrey sorriu e a abraçou impulsivamente, o que pegou a senhora de surpresa, mas não deixou de devolver o abraço. Depois de um tempo daquele jeito, Nanda a puxou para dentro da casa e fez questão de mostrar cada cômodo e o quarto que Audrey ficaria. Depois de algumas informações, Nanda saiu avisando que faria o almoço. Audrey sorriu podendo, enfim, jogar seu corpo cansado contra a cama e logo adormeceu, embarcando em uma linha tênue de emoções do passado.  — Eu a amo tanto — Edward deslizou as mãos sobre o corpo desnudo de Audrey, por mais que as palavras de Edward ter uma certa intensidade, Audrey não conseguia sentir tudo aquilo que ele falava, era como se as palavras do rapaz fosse vazia, jogadas ao vento em um momento de vulnerabilidade. Ele não dizia que a amava quando se arrumava para ele, quando chegava depois de um tempo fora, ele dizia quando ela estava nua, sob seu domínio, satisfazendo suas vontades. Enquanto Edward se satisfazia com algumas noites tanto prazerosas, Audrey se sentia cada vez mais vazia. Ela o amava mais do que sua própria vida, mas ela era profunda demais para um cara como Edward, e o que seu coração desejava, clamava desesperadamente passava da compreensão do rapaz, e ela mesmo tentando ignorar suas certezas, sabia que ele nunca poderia lhe dar o que tanto almejava. — Me tire daqui— Audrey pediu — Me leve com você — Suas pernas rodeou o quadril do Edward, e enquanto uma de suas mãos alisava seu rosto a outra percorreu o abdômen do rapaz, causando lhe um arrepio imediato. — Você sabe que não posso — Edward apertou quadril sutilmente — Não agora. Fazendo a menção de se afastar dele, a mão de Edward apertou um pouco mais sua cintura, impedindo – a de levantar. — Onde pensa que vai — Ele trouxe para mais perto de si — Não terminamos ainda. — Sem que ela pudesse reagir, Edward uniu seus corpos bruscamente fazendo o oco em sua alma aumentar. Pela primeira vez em meses, Edward lhe tomou sem que ela estivesse de fato ali, o que a levou perguntar, se valeu a pena ter sacrificado tanto no passado, por aquele presente frustrante e um futuro incerto.  Ela o queria, ela o amava, mas ele a destruía pouco a pouco."O amor não existe. Há apenas o desejo insano de ser amado que nos faz mergulhar em uma ilusão tosca, e logo após nos afoga no mar da desilusão, sem qualquer chance de se salvar." Sua mente divagou, enquanto observava Edward vestir – se.  — Já estou indo — O rapaz abotoou o ultimo botão da camisa social, aproximou de Audrey e beijou seus lábios rapidamente — Não sei se amanhã poderei vir, mas qualquer coisa aviso. — Audrey não disse nada, e como se não fizesse diferença alguma se ela respondesse, começou a caminhar em direção a porta. — Burra, burra, burra. — Murmurou Audrey entredentes, se encolheu na cama, sentindo – se usada, uma p********a exclusiva de Edward, afinal se ela não podia ser apresentada para pessoas como sua namorada e ele a visitasse apenas as noites e ele lhe desse presentes como compensação, ela era o que ?  Sentindo seu rosto ser tocado, Audrey abriu os olhos assustada, mas logo soltou um suspiro aliviada quando percebeu que Nanda estava parada à sua frente, e não o personagem principal de seus pesadelos. — Desculpa pela invasão, é que você não me respondeu e decidi entrar, fiz m*l? — Audrey sorriu balançando a cabeça em negativo. — Não, era a hora de acordar — respondeu tentando bloquear totalmente as lembranças que a afogavam por um tempo. — Venha, nosso almoço está pronto, e ainda tenho que te apresentar a cidade. — Audrey sorriu forçado mais uma vez. Depois de lavar o rosto e constar que não estava sonhando, ela se deixou ser levada até a cozinha.  
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