A pista de dança parecia um campo de guerra onde as armas eram saltos altos, gravatas frouxas e pessoas desinibidas por espumante e sorrisos largos. Eu, noivo recém-oficializado, já estava com o colarinho aberto, a gravata no bolso e um copo de suco (sim, suco, porque Claire me proibiu de ficar bêbado no próprio casamento) na mão, observando a noiva improvisar uma coreografia de K-pop com duas primas adolescentes — e claramente perdendo o ritmo com orgulho. — GENTE, EU TÔ FAZENDO A JENNIE DO BLACKPINK! — Claire gritava, girando no meio da pista como se o chão fosse feito de nuvem. — Tu tá mais pra o Pikachu que levou choque — gritei de volta. (Pikachu era o apelido da Claire, segundo a vó dela). Ela me lançou um olhar dramático, levou a mão ao peito e caiu de joelhos como se tivesse le

