Era uma daquelas noites que pareciam ter sido desenhadas à mão: céu limpo, temperatura amena, brisa leve, e o aroma discreto de gardênias misturado com perfume caro. O evento era formal. Chique, até demais pro meu gosto. Eloá havia me enviado o convite três dias antes, de forma totalmente despretensiosa — ou pelo menos foi o que fingiu. “Aparece. Roupa preta, nada muito sério. É um evento beneficente… Mas com boa comida. Eu prometo te salvar do tédio.” Chegamos juntos, no mesmo carro. Eloá usava um vestido preto longo de tecido acetinado, com costas abertas e decote discreto, mas impactante. O cabelo preso em um coque desalinhado proposital, como se dissesse: ‘sou linda, rica e não preciso provar nada pra ninguém’. Ela estava deslumbrante. Mas mais do que isso… estava confortável. Par

