O relógio na parede do hospital marcava pouco mais de três da manhã, mas o tempo parecia não passar. A cada segundo que se arrastava, a tensão aumentava como um fio esticado prestes a arrebentar. O silêncio era preenchido apenas pelos passos apressados dos enfermeiros e o som distante de aparelhos monitorando vidas por um fio. Eu estava sentado num canto da sala de espera, com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos entrelaçadas diante da boca, como se em oração muda. Claire permanecia ao meu lado, em silêncio, como uma presença firme em meio ao caos. Mas mesmo ela não conseguia aliviar o peso que se acumulava em meus ombros. Era como se todo o ar ali tivesse se tornado concreto. Foi então que ouvi os passos firmes e decididos. Meu pai voltou do corredor da emergência, o rosto fechad

