As paredes do quarto pareciam estreitas demais. Eu m*l sentia meus passos, só o pulsar do sangue nos ouvidos e a pressão no peito. Joguei a mala em cima da cama com um baque surdo e comecei a enfiar roupas dentro sem dobrar, sem pensar. Camisetas, calças, a jaqueta que sempre me acompanhava. O relógio de pulso foi parar no fundo da mochila sem cerimônia. Claire sentou-se na beirada da cama, o olhar grudado em mim. Não disse nada, mas os olhos dela falavam tudo. Uma mistura de dor, de indignação, de medo. Medo do que viria depois. Medo de me ver indo embora. — Eu não posso mais ficar aqui — eu disse por fim, a voz saindo baixa, mas firme. — Esse lugar... essa casa... ela não é mais minha. — Eu vou com você — respondeu sem hesitar. Parei por um segundo. A encarei. A única pessoa ali que

