O som dos pneus do carro no cascalho da entrada da nossa casa era quase poético. Depois de tantos dias em um paraíso cercado de mar, brisa e paz, retornar para casa era como atravessar um portão invisível entre o sonho e a realidade. Claire estava no banco do passageiro, de óculos escuros gigantes e um coque bagunçado feito com um palito de sushi que ela jurava ser mais eficiente que qualquer elástico de cabelo. Tinha um sorriso preguiçoso no rosto, mas os olhos vibravam de expectativa. — Lar, doce lar. — ela disse, enquanto eu desligava o motor. — Aposto que o alarme tocou pelo menos três vezes desde que a gente saiu. — Se não tocou, é porque algum ladrão muito bem-educado regou as plantas e alimentou o gato invisível. Claire riu e desceu do carro com um salto leve, se espreguiçando co

