Miami recebia meus passos como se nada tivesse acontecido. O mesmo calor, o mesmo vento vindo da baía, as mesmas ruas largas ladeadas de palmeiras e carros caros. Mas dentro de mim, tudo havia mudado. Era como se eu estivesse retornando à cidade onde havia nascido, mas como um fantasma, um estranho que carregava os estilhaços de uma vida que não existia mais.
Ao descer do avião, não havia ninguém me esperando. Nenhum motorista, nenhum assistente. Fiz questão de sair pelo terminal como qualquer um. Peguei um táxi, apenas com uma mochila e minha mala de mão. O motorista, um senhor cubano de sorriso simpático, tentou puxar conversa. Falei pouco. Disse apenas o endereço do meu apartamento em Brickell e permaneci em silêncio o restante do trajeto.
A cidade se estendia diante de mim como uma v
