Aquela noite tinha cheiro de jasmim e caos. O céu escuro se pendurava sobre a cidade como um véu pesado, e dentro da mansão alugada por Eloá — mais um palácio do que casa — o ar parecia sempre carregado de possibilidades bizarras. Estávamos todos na sala principal, Letícia ainda abatida pela rejeição de Daniel, e eu... bom, eu estava me sentindo como se tivesse sido atropelado pela vida. De novo. Eloá, em contrapartida, estava com os pés sobre a mesinha de centro de mármore, tomando chá de hibisco em uma xícara de porcelana francesa e folheando uma revista de moda como se estivéssemos num spa em Capri. Foi então que ela levantou os olhos, cruzou as pernas e lançou: — Eles estão esfregando essa felicidade falsa na cara de vocês, né? Letícia e eu nos entreolhamos em silêncio. — Eu vi a

