O voo sairia às 21h45.
Faltavam vinte minutos para eu sair do hotel.
A mala estava pronta. O paletó sobre a cama, os sapatos engraxados já ao lado da porta. Mas havia uma coisa que ainda me prendia ali — algo que eu vinha adiando há horas. Sentado na beirada da cama, com o celular nas mãos, eu abri o teclado de discagem. Meu dedo hesitava sobre os números.
Toquei no atalho: HIKARI – ADM.
Era o número da administração geral do restaurante. Sabia que ninguém atenderia àquela hora. Mas sabia também que todos os recados iam direto para a caixa postal interna, aquela que Claire sempre ouvia quando chegava cedo, tomando o primeiro café do dia, antes do restaurante abrir.
A chamada tocou, uma vez, duas. E então a voz eletrônica:
> “Bem-vindo à administração do Grupo Hikari. Para deixar u
