Nos dias que se seguiram ao jantar na casa dos meus pais, uma mudança sutil começou a acontecer dentro de mim. Talvez por exaustão, talvez por puro instinto de sobrevivência emocional, comecei, aos poucos, a deixar de alimentar aquele espaço vazio que Letícia ocupava em mim.
Não era fácil. Às vezes, seu nome ainda sussurrava nas minhas noites, sua imagem atravessava a rua da minha memória como uma sombra que não se decidia entre partir ou ficar. Mas eu estava cansado. Cansado de viver em função de uma história que só sangrava. Que só machucava.
Claire, sem perceber, era um bálsamo constante. Sua presença intensa, imprevisível e cheia de cor não permitia que eu me recolhesse por muito tempo.
— Logan, você sabe cozinhar mesmo ou tudo aquilo era charme de solteiro rico? — ela me perguntou,
