— E se a gente tentar... sei lá, ser amigo? — soltei, quase sem pensar, a voz rouca, carregada de cuidado. — Sair pra conversar, rir um pouco... como duas pessoas que compartilham uma história e sabem respeitar o presente. Letícia demorou para me encarar. O vento bagunçava os fios soltos do cabelo dela, e os olhos pareciam perdidos em algum ponto distante entre a água do lago e a bagunça do que a gente sentia. — Amigo? — ela repetiu, com um sorriso pequeno, irônico. — Acha mesmo que conseguimos? — Eu acho que a gente consegue qualquer coisa se tentar com o coração no lugar certo. Ela riu, mas foi um riso triste. Daqueles que saem meio sufocados. — Logan, a gente nunca foi leve. — Então talvez esteja na hora de tentar. Ela cruzou os braços sobre o próprio peito, como se estivesse se

