A quarta-feira seguinte amanheceu abafada. Céu limpo, calor úmido, e uma daquelas sensações estranhas no ar, como se algo estivesse para acontecer e o mundo não soubesse como avisar. Eu não estava particularmente de bom humor. m*l tinha dormido, a cabeça cheia de planilhas, funcionários, prazos de reabertura da filial de Orlando, o cardápio novo que precisava ser testado até domingo… e, claro, a inquietação silenciosa que me acompanhava desde que deixei o Brasil. Mas havia algo naquela quarta que se destacava — ou melhor, alguém. Ela. Eloá. Era a quarta quarta-feira seguida em que ela vinha jantar no Velluto, e eu já sabia que ela estaria lá. Sempre na mesma mesa. Sempre sozinha. Sempre com um look que parecia saído de uma capa da Vogue, um vinho encorpado e aquele olhar de quem sabe m

