Os dias começaram a passar como se estivessem presos em uma ampulheta quebrada — lentos, frios, iguais.
Acordava no hotel sempre antes do nascer do sol. Não porque queria, mas porque não conseguia dormir. O corpo cansado, mas a mente... acelerada, latejando com lembranças que não davam trégua.
As paredes do quarto 608 pareciam se fechar mais a cada manhã. O carpete gasto, o frigobar vazio, a janela com vista para um prédio comercial. Tudo gritava solidão. Me sentia como um intruso na minha própria vida.
Pegava o celular dezenas de vezes por dia. Desbloqueava, abria o w******p, digitava o nome dela: Claire 💛. Lia nossas últimas mensagens, algumas com piadas internas, outras com juras de amor. Aquilo doía mais do que qualquer coisa.
Mandava mensagens. No começo, longas, implorando para q
