Capítulo 4

1166 Words
Apertei a campainha do apartamento de Sarah várias vezes, chorando o tempo todo. Eu precisava de algum conforto. — Oh, Tati — ela suspirou abrindo a porta. — A gente transou. Ele já era dono do meu coração, agora também é dono do corpo. — Você o ama? Lentamente, acenei com a cabeça. — Ele está indo embora, eu pedi pra ele me deixar — chorei. — Meu bem fique aqui. Tem o sofá… — Amanhã vou para o trabalho e… — Tati… — Tenho que saber se ainda tenho meu emprego. Eu não conseguia lidar com James Darcy. No entanto, não havia nenhuma dúvida no inferno que eu iria ficar vivendo longe dele. Às seis da manhã fui tomar banho, lembrando que eu havia dormido com o g**o dele. Me lavei como se pudesse apagar aquilo. Como eu iria olhar para o rosto de James no trabalho? Precisava ir pra casa, saí com o intuito de trocar de roupa. James estava encostado no capô de seu Mercedes. Ele estava esperando por mim. — Tati, nós precisamos conversar — Ele disse. — Você já saiu do meu apartamento? — Perguntei fria como gelo. James teve a coragem de me dar um sorriso daqueles que ele só dava pra suas meninas. — Você não acha que vai se livrar de mim tão facilmente, acha? Gemi em frustração e entrei em casa. — Deixe-me sozinha, James — gemi, vendo que ele estava atrás de mim. — Não, Tati. Só porque eu fui um i****a não significa que quero perder nossa amizade… — É isso que você está tentando salvar, James? Nossa amizade? Então eu não quero ser sua amiga — Então, o que você quer Tati? — ele me segurou. — Como vou viver com depois de ontem sabendo que você come a “xoxotinha” dela? — Já terminei com ela assim que você saiu. — Logo terá outra e outra. — Não haverão outras. Você sabe que você significa pra mim mais do que a sua comida. Inferno, pense nisso como um complemento. Você é minha melhor amiga! E se eu quisesse ser mais que a amiga? — Tati, pelo amor de tudo que é mais sagrado, olhe pra mim. — Por quê? — Ele se moveu do lugar onde estava sentado, para perto de mim. — Porque, Tati, — Ele disse numa voz rouca. — A única coisa que está me impedindo de t*****r com você agora é o fato de que você provavelmente vai me bater. — E o que acontece com o ‘sermos amigos’? — Uma amizade colorida? — Quer me f***r, Darcy? Já te fodi, não lembra. Mas se quiser amigos são pra isso! O fato de que ele era tão bom em me propor no dia depois que eu o mandei dar o fora do meu apartamento foi o suficiente para me persuadir. Eu dei-lhe um tapa na cara e ainda acho que eu deveria ter soltado um rugido de raiva. — Isso foi pra irritar, seu babaca? James massageou sua mandíbula em surpresa e então, um longo silêncio se estendeu – no qual a música do elevador estava próxima de me levar à insanidade – porque eu nunca havia batido nele antes. E foi uma maravilha sangrenta, também, considerando o quanto ele me irritou algumas vezes. — Que inferno eu devo fazer, Tati? Ofereci a amizade e você quer mais. Ofereci mais e você só quer a amizade? Bufei indignada, me levantando e indo para o outro lado do elevador para manter a maior distância possível. — Eu não quero nada vindo de você, James. Não quero a sua amizade e definitivamente não quero ser outro entulho na sua cama. — Você é mais que isso, Tati. — Ele sussurrou, levantando-se também, e avançando. Apoiei na parede, batendo a cabeça no processo. Senti-me como se eu estivesse sendo caçada por um experiente caçador. Muito experiente. Eu soluçava de medo e desejo. No instante eu o queria tão forte que doeu em minha garganta, como se os músculos estivessem muito tensos e James iria relaxá-los. Mas eu estava com medo. Com medo de todas as diferentes maneiras que eu era vulnerável em relação a ele. Ele verdadeiramente era o predador. Ele poderia me machucar. James parecia só ter ouvido a parte do — querer — da minha choradeira porque seus lábios estavam, de repente, nos meus. Nós não tínhamos nos beijado quando fizemos sexo antes. James me beijou antes quando jogamos verdade ou consequência quando crianças, mas não tinha me beijado dessa forma. Ele não tinha me beijado tão apaixonadamente. Sua boca estava tão quente e perfeita contra a minha. Ele gemeu e me pressionou forte contra a parede que me fez sentir até a uma ruptura na medula espinhal. Eu podia sentir o suor do seu lábio superior. James, obviamente, não tinha se barbeado essa manhã. Quando eu estava prestes a insistir para desativar a câmera de segurança de alguma forma, e darmos prosseguimento ao nosso funk o elevador começou a se mover novamente. James murmurou alguma coisa que não consegui entender, mas eu ouvi claramente as palavras — Bolas azuis. — Ele era um viciado em sexo. Cristo, nós fizemos sexo ontem e ele decididamente estava fora de si ou então eu não estaria na minha confusão atual. Fechei meus olhos, agradecida – e amaldiçoando – os deuses do destino. Eu os agradeci porque eu não transei com James e eu os amaldiçoei, bem... pelo mesmo motivo. A bênção e a desgraça, é o que James era. Ferrada se você fizer, ferrada se você não fizer. Um anjo As portas do elevador se abriram antes que eu pudesse conjurar algumas frases clichê para usar. Corri como o d***o da cruz, grata por ter escapado, tanto do calor, quanto da música horrível. Padecia diante dos olhares desconfiados tanto de Eddie quanto de Sarah para a minha aparência suada e amarrotada. Claro, a suspeita de Eddie me disse imediatamente que Sarah tinha sido uma fofoqueira. Alguém receberia um par de saltos ridiculamente altos na sua b***a mais tarde. Fazendo questão de sorrir para Sarah, sentei- me na minha cadeira, tensa. Quase que imediatamente, peguei meu telefone e disquei o número, aguardando com a respiração acelerada. James entrou na sua sala, dando-me um olhar pesado e lento quando passou. Corei e escutei o telefone chamar novamente. — Alô? —Ouvi a voz do outro lado. — Ei, Christian, é a Tati. Preciso falar com você — eu disse, tentando enfatizar a importância do assunto no meu tom de voz. — Não se preocupe. Do que você precisa, querida? — Ele me perguntou, ele geralmente não me chamava de querida, mas acho que ele queria me mostrar que não estava agindo como o dono da empresa agora. — Você é como um segundo pai pra mim, Christian. Você sabe disso. E quando você me contratou, eu prometi nunca tirar proveito desse fato. — suspirei. — Mas eu preciso te pedir um favor.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD