Capítulo 3

2000 Words
Inevitavelmente eu caia em gargalhadas imaginando as todas as idéias que eu, Alan e Mia tivemos em relação ao Caio. Imaginar um desastre acontecendo na frente de todos contra esse garoto, virou o meu novo hobby. Mas confesso que ver o sorriso ligeiramente contido de Caio, já estava me deixando com medo. - Zoe? Zoe? - Perguntou Alan estalando os dedos em minha frente. Eu estava tão avoada que eu nem havia escutado tudo o que ele disse. - Oie? O quê? - Em que mundo você está em? Realmente, em que mundo eu estava? - Desculpe. O que você tinha dito? -Perguntei. - Você vai querer ficar com a segunda opção do plano? Abri um sorriso travesso para eles, obviamente estava claro a resposta. - Okay então. Vamos na sala dele preparar tudo antes que bata o sinal. - Mordi os lábios ao ouvir aquilo de Mia, será que eu realmente deveria fazer isso? Mamãe sempre disse que deveríamos retribuir o m*l com o bem. Engoli a seco lembrando das barbaridades que ele fez comigo desde que cheguei de viagem. Eu não vou recuar agora, não mesmo. Levantei-me decidida logo depois de enfiar todo o meu lanche da goela a baixo, e fui para a sala de aula do Caio. Mia se responsabilizou em ir na sala de artes pegar umas misturinhas. Enquanto Alan observava na porta se vinha alguém. - Meu Deus a Mia está demorando muito. - Indaguei roendo as unhas de nervosismo. - Calma Zoe, ainda temos 10 minutos de intervalo. Soltei todo o ar e Mia chegou com uma caixa cheia de tinta, cola e outros materiais. Rapidamente tirei tudo que usariamos. - Assim que acabarem, vou inventar que o professor quer falar com ele, e vou pedir para alguém chama-lo. - Tabom. -Respondeu eu e Mia ao mesmo tempo. Coloquei um balde cheio de tinta dentro, misturando todas as cores possíveis, formando um marrom. - A cor está parecendo m***a, vai enaltecer o "eu" dele. - Comentou Mia fazendo-me cair em gargalhadas enquanto mentalizava isso. Amarramos o balde cheio de tinta em uma corda, pendurando em cima da porta, junto com algumas penas falsas da sala de teatro e encaramos uma para a outra. - Está com o seu celular aí? - Perguntei estendendo um sorriso. - Sempre. - Já está tudo pronto? - Perguntou Alan atrás da porta. - Sim! Pode chamar ele. Eu e Mia pulamos da janela da sala de aula, e ficamos no outro lado da parede, esperando o belo momento chegar enquanto estávamos de braços cruzados. Vimos o Caio vindo com uma garota atrás. Então os meus olhos começaram a brilhar assim que as suas mãos tocaram na maçaneta, existia uma mínima chance de eu estar preocupada com o que iria acontecer, eu só queria a tinta caindo lentamente em cima dele, e foi isso o que aconteceu quando ele empurrou a porta após girar a maçaneta...E o pior... O sinal bateu. Mas a tinta não derramou só nele... E sim na garota também. Mia começou a tirar as fotos enquanto a outra garota gritava descontroladamente. Mas os seus gritos de raiva não eram mais alto que as risadas dos estudantes. Bem vinda a Nova York, Zoe.                                                                                      Caio  Senti que a qualquer momento eu explodiria de raiva. Eu respirava como um touro enfurecido, ver toda aquela tinta espalhada por todo o meu uniforme enquanto a escola inteira ria da minha cara foi demais. E o pior era olhar para aquela garota e saber que foi ela. Obviamente eu não poderia encher ela de p*****a, mas ela conseguiu ativar o meu lado extremo de raiva que não era ativado a um tempinho. - Quem fez isso? - Gritou Brenda enquanto chorava. Fechei os punhos e cravei os meus olhos naqueles grandes olhos cor de mel, que no mesmo instante o seu sorriso foi desmanchado, sua expressão era de uma garota travessa que a qualquer momento iria sair correndo, e não estava errado quando olhei suas pequenas pernas darem alguns passos para trás, assim que decidi ir em sua direção. -Acha que vai pra onde Zoe? - Gritei. Agora eu não era o único centro das atenções. - Vai fazer o que? Vai me bater é? - Ela perguntou parando de recuar. - Você acha que eu sou i****a? Acha que eu não sei que foi você? - Perguntei com a voz levantada. Peguei na gola da sua camiseta social branca, que agora estavam sujas de tinta marrom. - Eu ainda tenho a sua fotinho. Ela fechou a expressão brava, o que não parecia nada com uma expressão que colocaria medo em alguém. - Caio, não! - Olhem isso galera! - Falei rindo, mostrando a foto da Zoe para todo mundo assim que todos se aproximaram. Ela tentou tomar o celular de mim, o que foi inútil pois era tanta gente ao redor que ela deve ter se perdido no meio das profundezas. Várias pessoas começaram a rir quando viram aquela foto ridícula tirada dela mais cedo.  Ela ficou tão irritada que saiu correndo. e no mesmo instante a diretora apareceu, o que não resultou em nada, apenas em broncas. Tive que ir ao vestiário masculino usar o chuveiro e trocar de uniforme. Bufei enquanto arrumava o meu armário. Logo teria treino. A raiva ainda não havia passado, certamente ninguém havia me desafiado tanto quanto essa i****a. Mas perder... É para os fracos.  Saí do vestiário indo para o treino.                                                                                         Zoe - Não acredito que aquele i****a sujou o meu uniforme. - Falei irritada enquanto estava com o rosto escondido em meus braços. - Nada será comparado ao mico que ele passou,Zoe. Dei uma batida na mesa, encarando Alan e Mia. - Eu preciso bolar outro plano, um plano que faça ele se arrepender de mexer comigo. - protestei indignada com tudo que anda acontecendo. Mia olhou para o seu irmão e depois encarou para mim novamente. - Você realmente não desiste né? É, desistir é para os fracos. Fiquei pensativa, quando aleatoriamente o meu celular tocou, era a minha mãe, atendi com um sorriso... Era tudo o que eu mais precisava, escutar a voz dela. Ficamos conversando um tempo no telefone, já que estávamos em aula vaga devido uma professora que ficou doente e não pode vir. Assim que terminamos de conversar horas se passaram, e depois de uma eternidade eu finalmente pude ir para a casa, Olívia buscou eu e Caio e fomos até em casa em silêncio. Olívia tentou puxar assunto, mas o meu lado social estava desativado.Chegando em casa, não vi o meu pai pois ainda estava trabalhando, desde que cheguei de viagem não tivemos muito tempo juntos, espero que assim que ele chegar eu possa tentar falar com ele pra ver se podemos sair juntos. Sentei-me no sofá, tentando achar um canal que preste e decidi assistir Netflix.Nova York nem parecia mais o meu lugar, as pessoas, tudo parecia que tinha mudado. Eu estava me sentindo deslocada.  A porta foi batida com tudo, fazendo-me levar um susto. - Pai? -Oie filha. Tudo bem? Como foi a escola? - Bem... - Eu poderia entrar em um assunto profundo sobre como foi o meu dia. Mas percebi que meu pai parecia exausto.  - Amor e Caio venham aqui na sala, preciso falar com vocês.  Olívia e Caio apareceram na sala ao mesmo tempo, se sentando no sofá e esperando o que tanto o meu pai queria dizer. -Zoe, eu sei que você acabou de chegar de viagem a esses dias, mas queria comunicar a vocês que eu tenho que fazer uma viagem de 1 semana a trabalho, para resolver alguns problemas da empresa. Eu e Olívia, eu não deixei ela contar antes, porque eu queria contar eu mesmo. Olívia ficou meio séria.  - Tem algum problema Caio e Zoe? - Perguntou Olívia.  Os meus olhos foram guiados para os de Caio, quando decidi abrir a boca para um protesto, Caio tempo a minha boca rindo falsamente.  - Claro que não mãe, não se preocupem, eu e a Zoezinha ficará bem, como um bom irmão mais velho... Eu irei cuidar dela. - Ele disse sorrindo. Os meus olhos se arregalaram, não, não e não! Isso não pode estar acontecendo, eles estão me deixando nas costas de um garoto que acabei de me vingar, e que a qualquer momento pretende me jogar em uma vala. Engoli a seco. -Fico feliz que estejam se dando bem. - Meu pai disse contente. - Iremos hoje a noite. Eu conversei com a Olívia e pedi pra ela liberar o carro para você Caio.  - Sério?  -Sim.  -Mas... Quando eu voltar, o seu castigo também volta, Caio.- Minha madrasta disse apontando os dedos no rosto de Caio. - Claro mãe, claro. - Vai ser um momento ótimo para vocês virarem bastante amigos! - Olívia afirmou. -Nem que me pagassem! - Cochichou Caio. Lancei um olhar frio para ele. -Se cuidem por favor. A gente não vai demorar muito para voltar, vai ser apenas alguns dias, e Caio, não se esqueça das aulas, okay? -Entendido mãe. Prometo ir em todas sem falta. - É bom mesmo, porque irei pegar as chamadas com a diretora. Você já tem 18 anos, está na hora de ser mais responsável. Ele bufou abrindo um sorriso falso. Eu não suporto esse garoto nem mais um segundo, respirar o ar dele é como se eu estivesse com asma. Olívia subiu as escadas com o meu pai, já indo pegar as malas que já estavam prontas. Eu realmente fiquei chateada, m*l cheguei de viagem e já vou ter que suportar isso tudo? Olívia e meu pai desceram as escadas com as malas. - Filha, obedeça o Caio tabom? Ele é mais velho. -E eu mais madura! - Soltei essa, com a expressão emburrada. Acho que o meu pai estava cansado demais para me repreender. Ele beijou a minha testa, soltando um ar pesado,e se despediu. Assim que vi o carro caro deles indo embora. Olhei para o Caio, esperando ele me trancar dentro de um porão como um serial killer . - Que foi garota? Eu sei que eu sou lindo. - Você é tão i****a. Olha, já que vamos ser obrigados a suportar um ao outro embaixo do mesmo teto, que tal deixarmos as nossas diferenças de lado e virarmos amigos? Ou pelo menos, parar de tanta briga? - Perguntei entendendo a minha mão para ele. Ele abre um sorriso de lado, dando um t**a na minha mão fazendo eu mesma acertar em minha própria  testa. -Ridícula! Vamos fazer algumas regrinhas aqui dentro tabom? - E desde quando você segue regras? - Desde quando sou eu quem crio. Seu pai disse que você tem que me obedecer. Cruzei os braços indignada com essa barbaridade. - Eu não vou te obedecer nem que me pague. -Grito.  - Número 1. Você vai me obedecer... Número dois, se não me obedecer terá punições e número três, a casa é minha, eu darei festas, chamarei garotas e farei o que eu quiser e você... - Caio se aproximou muito de mim que eu podia sentir o seu alito quente sobre o meu rosto. - Vai ficar quietinha e tolerar tudo isso. Empurrei ele para longe de mim.  - É o que veremos Caiozinho. - Talvez eu tenha debochado do seu nome assim como ele havia feito comigo,minutos atrás.  Sem parar de me encarar, Caio tirou o telefone do bolso e ligou para alguém.  - Avisa a todos que terá festa hoje em minha casa, meus velhos saíram e só está eu em casa.  Tentei tirar o telefone da sua mão.  - Ei, me devolve.  Sai correndo com o seu celular na mão.  - Não terá festa nenhuma, cancela.  - O quê? Quem é?  - Zoe! Devolva meu celular. - Caio gritava correndo atrás de mim. Se o meu pai descobre sobre esta festa a gente está ferrado. Caiu tomou o celular das minhas mãos, os pulos foram inúteis. - Não cancela. Estou te aguardando. 
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