Arregalei os olhos com vergonha, eu m*l entrei na escola e já vou passar esse mico? Nunca.
Tentei pular várias vezes tentando pegar o celular de suas mãos.
- Eu juro que vou me vingar de você, Caio Kavinsk, e será muito pior que as suas brincadeiras de pré. - Prometi olhando profundamente no fundo dos seus olhos castanhos.
Ele colocou o celular atrás de seu bolso e me desafiou novamente.
- Veremos, Zoe.
Abri um sorriso debochado e o empurrei, dando-lhe as costas... Isso, veremos. b****a.
Hoje era para ser o meu primeiro dia de aula, e faltavam apenas uma hora para irmos. Meu pai já havia me matriculado um dia antes de eu chegar em Nova York, então o meu papel era só ir mesmo.
Entrei no banho novamente, limpando os meus cabelos, estava todo cheio de farinha e grudenta. Que ódio, como ainda é possível existir pessoas assim? Coloquei muito shampo em meus cabelos, e esfreguei muito sabonete no corpo e graças a deus estava saindo.
Sai do banheiro e sequei-me rapidamente, fui para o meu quarto me trocar para ir a escola. A cena do secador não saia da minha mente, o meu dia já havia começado terrível. Ouço alguém bater na porta.
- Pode entrar. -Digo já vestida.
Era Olívia, sua expressão era de arrependimento.
- Zoe... Queria pedir desculpas por ter rido da situação. O Caio realmente não conhece os limites, eu já conversei com ele e o castiguei.Ela realmente o castigou? Minha vontade era de rir por fora, o filhinho de mamãe foi castigado.
- Quando ele tirou a carteira de motorista eu sempre deixava ele dirigir o meu carro. Como castigo eu o proibi por alguns dias. Acredite... O mundo dele parece que acabou agora. - Anunciou fixando os seus olhos nos meus.
Abri um sorriso sem perceber, ele deve estar muito irritado. Talvez eu tenha ganhado o meu dia novamente.
- Obrigada, Olívia.
- De nada, meu bem. - Respondeu ela retribuindo o sorriso. Ficamos em silêncio por alguns segundos, então Olívia foi até a minha penteadeira e pegou uma escova, começando assim... A pentear os meus cabelos.
Fiquei parada sentindo os meus cabelos serem desenrroscados enquanto suas mãos acariciavam as mechas dos meus cabelos castanhos. Não pude evitar em pensar em minha mãe... Ela fazia isso todos os dias depois do banho.
- Sabe... Não conta pro Caio, mas quando eu estava grávida, eu jurava que era uma menina, talvez porque eu gostava de imaginar enchendo a minha filha de roupas fofas e lacinhos.
Soltei uma risada fraca.
- Você seria uma mãe maravilhosa. - Respondi retórica.
- Mas aí nasceu um garoto, obviamente eu daria amor igual,pois eu amo o meu filho.
Mordi o meu lábio inferior, pensando no quanto o Caio devia ter sorte de ter uma mãe atenciosa.
- Aonde está o pai do Caio? - Perguntei curiosa.
Olívia se manteve quieta diante está pergunta. Será que eu perguntei algo de errado?
- Ele está bem, longe de todos nós. - Respondeu com firmeza. - Prontinho Zoe, o seu cabelo está lindo.
Abri um sorriso para Olívia, em pouquíssimo minutos ela conseguiu deixar o meu cabelo bom novamente.
- Vou ir trabalhar, então a cópia da sua chave de casa está em cima da mesa, todos tem uma tabom?
Concordei com a cabeça e peguei a minha mochila.
- Fique bem, princesa. - Ela disse me dando um abraço e saindo do meu quarto.
Não deixei de pensar o quanto é estranho ela não ter comentado sobre o assunto do pai do Caio, mas em fim... Isso não é problema meu.
Peguei as minhas coisas e saí do quarto, descendo as escadas. Encontrei o Caio comendo um pedaço de maçã, eu não acredito... Ele parecia um americano popular i****a, olha isso... Calça jeans com camiseta de time de futebol americano, o cabelo desengonçado enquanto come uma maçã. Típico.
Soltei uma risada, fazendo os seus olhos fitarem aos meus.
- Do que está rindo pirracenta?
- Do quanto você é ridículo.
Ele soltou uma risada falsa, então eu cruzei os braços.
- Também estou rindo de como sua mamãezinha tirou o seu carro. - Complementei começando a cair em gargalhadas. - Onw a mamãe tirou o carrinho dele, foi? - Comecei imitar uma voz chorona para provoca-lo, enquanto apertava a sua bochecha, mas as minhas mãos foram empurradas para longe.
- Eu ainda tenho aquela sua foto estúpida.
- E eu a minha vingança.
Claro que eu estava nervosa pelo fato de saber que a qualquer momento eu viraria chacota da escola. Mas a minha vingança ainda estaria de pé.
Virei as costas,pegando as minhas chaves e sai de casa, Olívia businou o carro para nos dar carona e cada um entrou no seu devido lugar do banco.
Alguns minutos depois
Não demorou mais do que alguns minutos para chegarmos ao colégio Ethansford. Era um colégio grande demais e particular, diante minhas pesquisas era um colégio muito bom, e meio rígida. Revirei os olhos observando o meu uniforme com saia de prega e uma camiseta social branca com gravata. Parecia que eu tinha saído de uma novela mexicana.
- Boa aula para vocês dois gente... E boa sorte, Zoe. Espero que fique bem.
Abri um sorriso nervosa. Irei ficar. Caio abriu a porta do carro e jogou as mochilas em apenas um ombro e já começou a cumprimentar alguns caras. Desci do carro indo até a entrada, entrando ao colégio. O sinal bateu então rapidamente tirei um bilhete do bolso, vendo a sala que eu teria que entrar.
Respirei fundo e comecei a procurar pelo colégio, eu estava extremamente perdida. Senti alguém tomar o papel de minha mão ríspido.
- Sua sala é aquela. i****a. - diz Caio, arqueando uma sombrancelha e se encostando na parede.
- Não sabe o meu nome Caio? - É só o que eu consigo dizer antes de xinga-lo também.
- Vou para sala, tchau... i****a.
Apesar de já me sentir péssima por ter mudado de Estado e escola, pelo menos aquele adolescente problemático me ajudou.
Mordo os lábios seguindo o caminho que ele havia me mostrado, e realmente era verdade. Era até suspeito ele falar algo verdadeiro pra mim que não seja uma pegadinha, estou até com medo de abrir a porta e explodir uma bomba, assim que eu atropeçar em algum fio amarrado atrás da porta.Abri a porta insegura e sim, já havia alguns alunos sentados. Suspirei aliviada e escolhi uma mesa... Melhor eu aceitar que a minha vida mudou e as pessoas ao meu redor também seriam novas. Vejo a professora sentada em sua mesa. Assim que chegou todos ela disse:
- Digam olá pra aluna nova.
A turma no mesmo instante disse olá ao mesmo tempo, como se fossem robôs projetados por algum laboratório.
- Se apresente por favor, Zoe.
Eu claramente odeio apresentações, me deixavam mais envergonhada que o normal.
- Olá... O meu nome é Zoe, eu tenho 16 anos e... Eu sou daqui de Nova York, mas estava um tempo no Brasil morando com a minha mãe, mas já retornei para cá. Espero que possamos nos dar todos bem. - Falei com vergonha, enquanto todos fuzilavam os seus olhos grandes em cima de mim.
- Muito bem, Zoe. Espero que goste da nossa escola e espero que todos te tratem bem. - Disse a professora de uma forma muito simpática.
Sorri com o acolhimento e voltei a me sentar em minha mesa. A professora começou a passar um texto no quadro e então comecei a copiar.
- Psiu... Psiu... - Olhei para o lado para ver quem me chamava e nada. Voltei a escrever. - Psiu... Psiu...
Olhei para o outro lado, era uma garota loira. Ela jogou uma bolinha de papel em minha mesa.
"Oie tudo bem? Vamos ser amigas?" Dizia dentro do papel amassado. Abri um sorriso quando li aquilo, então sem pensar duas vezes eu respondi um "sim" e devolvi o papel. Mordi os lábios querendo soltar fogos de artifício por dentro. Finalmente uma amiga já no primeiro dia de aula, até que não era tão r**m não é? Me mantive quieta prestando atenção nas aulas, e logo depois o sinal bateu para o intervalo. Levantei da mesa, esperando que aquela garota viesse até a mim. Ergui os olhos até o seu campo de visão, enxergando a bela garota que chamava a atenção de muito garotos da nossa idade, e eu realmente estava certa, ela veio até a mim.
-Oie? O meu nome é Mia e esse é o meu irmão Alan.
Estendi um sorriso simpático e encarei o seu belo irmão loiro e alto.
- O meu nome é Zoe.
- Vem,iremos mostrar a escola para você.
Mia passou os seus braços em volta dos meus e quando menos percebi já estávamos rindo enquanto falávamos da diretora. Quando cheguei ao refeitório foi impossível não notar o quanto o Caio chamava a atenção, enquanto uma garota estava sentada em seu colo rindo exageradamente. Ele estava rodeado de garotos que praticavam esporte e tinham cara de praticar bullying contra uma nerd enquanto bebiam cerveja sendo menor de idade.
Talvez eu seja muito observativa em questões de gente popular. Quando eu morava no Brasil era tudo átona, eu a propósito era uma novidade lá. Mas já estava óbvio que suas regras eram quebra-las.
- Gostou do que viu? - Perguntou Mia.
- Queria é não poder ver todo dia.
- Como assim? - Perguntou Alan com as sombrancelhas arqueadas.
- Meu pai casou com a mãe dele, e agora somos obrigados a conviver juntos. Eu tentei ser simpática mas esse garoto é terrível.
Mia abriu a boca, como se não acreditasse no que eu havia falado. Será que eu fiz besteiras contando?
- Você é irmã do Caio?
Fiz um cara de nojo quando ouvi essa pergunta.
- Não somos irmãos... Nossa família quer que a gente seja, mas a gente se odeia. Ou pelo menos ele. - Respondi encarando o Caio que jogava uma bolinha de papel na cabeça de uma garota que usava óculos, mas sua risada parou assim que olhou para mim. Então sua expressão foi transformada em deboche com um sorriso de lado. Me deu calafrios na espinha só de pensar no que esse garoto era capaz de fazer hoje.
- Desde que cheguei aqui ele está fazendo os meus dias horríveis.
- Por que não se vinga? - Perguntou Alan fazendo eu dar um sorriso. Era isso aonde eu queria chegar.
- Mas é isso que eu quero fazer. - Respondi.
- Você está maluca? Ele vai marcar a gente e seremos chacota do colégio.
- Hoje ele colocou farinha no meu secador, sabe o quanto eu estou irritada? Por favor me ajudem a bolar um plano pra ele parar de achar que tem algum poder sobre mim.
Alan e Mia se encararam. Então os dois soltaram um suspiro longo, provavelmente estaríamos em um enrascada, mas o que se faz aqui se paga, e eu não vou dar o gostinho de ficar calada igual essas garotas que ele zoa no colégio.
- Okay, iremos te ajudar. - Disse Alan meio aflito, porém demonstrando estar ansioso mais que eu com algum plano que bolariamos contra o Caio.
- Mas... Vamos te ajudar apenas com o plano, não queremos acabar no cemitério por causa de um problema seu e dele? Okay?
Dei um gritinho indo abraçar os dois irmãos. Só faziam alguns minutos que eu os conhecia e já percebi que seríamos uma ótima equipe. Me encostei na parede olhando para o Caio, que também me encarava sorrindo debochadamente. É Caiozinho você escolheu a pior irmãzinha para brincar de cabo de guerra.
Fui até a merendeira pegar um lanche para comer, com o meu novo grupinho e sentamos em uma mesa distante, para conversar sobre o que poderíamos aprontar contra o Caio e até quem sabe o seu grupo de populares venha de brinde na pegadinha. Apenas me aguarde Caio Kavinsk.